Cidades

Protestos contra o aumento dos combustíveis no DF ganham as ruas

Consumidores participam de passeatas, carreatas e ocupam as redes sociais com críticas aos preços cobrados pela gasolina na capital federal. A Câmara Legislativa deve votar esta semana o projeto que autoriza instalação de postos em supermercados

postado em 03/05/2011 08:00
Consumidores, diantes de posto na 107 Sul, entregam fôlderes mostrando a diferença dos preços cobrados no DF e em outros países do continente
Protestos contra os preços de combustíveis no Distrito Federal tomam conta das ruas e eclodem nas redes sociais. A possibilidade de revogação da lei que impede supermercados de instalar postos intensificou as ações. Um projeto de lei do deputado distrital Chico Vigilante (PT) para acabar com a proibição em vigor há 11 anos (leia Memória) deve ser votado em plenário hoje ou amanhã. Apesar dos riscos de ser contestada por erros formais, a proposta provavelmente será aprovada em plenário e seguirá à sanção do governador Agnelo Queiroz.

Carreatas para chamar a atenção da população e das autoridades movimentam vias de Taguatinga e do Plano Piloto. Ontem, cerca de 100 carros participaram do comboio que saiu do fim da Asa Sul e percorreu postos do Eixinho W. No protesto que invadiu a noite, motoristas pararam nos estabelecimentos, abasteceram R$ 1 de gasolina, pagaram no cartão e pediram nota fiscal.

Boicote
Adesivos e panfletos de campanhas se espalham pelo DF. ;O certo é ir para a rua. Não adianta ficar só reclamando. É a pressão popular que pode melhorar os preços e quebrar o cartel;, comentou o presidente do Sindicato dos Bancários local, Rodrigo Britto. A entidade integra o movimento Chega de cartel no DF, cujos representantes se reunirão hoje para definir a agenda de protestos da semana.

Outros grupos de combate aos preços cobrados pelos postos têm organizado buzinaços desde o início de abril. ;Existe uma máfia em Brasília. Não há nada que justifique a situação que temos;, disse Charles Guerreiro, um dos coordenadores. No ano passado, donos de postos chegaram a admitir que a pressão popular interfere na decisão de mexer na tabela.

Antes mesmo de o litro da gasolina romper a barreira dos R$ 3 no DF, internautas começaram a divulgar boicotes. Uma campanha para que os brasilienses deixem de abastecer em postos com a bandeira BR ganhou 195.984 seguidores no Facebook. Outra página na mesma rede publica matérias veiculadas na imprensa sobre o assunto e instiga o debate virtual. No serviço de microblog Twitter, propaga-se o convite para que motoristas circulem amanhã com faixas pretas nos carros.

Em meio à onda de protestos, a Câmara Legislativa deve aprovar esta semana projeto de lei que autoriza os supermercados do DF a instalar postos, como ocorre em outras cidades do país. Consultores legislativos alegam que a proposta apresenta vícios de iniciativa, por legislar sobre uso de áreas. O deputado Chico Vigilante (PT), autor da proposta, está seguro de que não haverá empecilhos para a revogação. Caso passe pelo plenário, o projeto seguirá para análise do governador. A Secretaria de Comunicação informou que, por ainda se tratar de projeto de lei, o líder do governo na Câmara, Wasny de Roure (PT), é quem deveria se pronunciar sobre o tema.

Colaborou Mariana Branco

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