Guilherme Paranaiba/Estado de Minas
postado em 13/11/2017 12:30
O ônibus da empresa RC Turismo, que tombou em um trecho de serra da BR-381, em Brumadinho, na Grande BH, neste domingo, matando sete pessoas, não tinha autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para realizar a viagem interestadual da Bahia para São Paulo. Segundo a ANTT, essa situação configura o transporte clandestino de passageiros.
Apesar de muitas empresas que atuam no transporte clandestino recorrerem à Justiça para rodarem com liminares, a ANTT informou que mesmo se a RC tiver uma liminar, ela deveria ter informado a agência da viagem, o que de fato não aconteceu e confirma que o veículo em questão não tem permissão para o trajeto.
A agência informou ainda, por meio de nota, que os fiscais da ANTT estão acompanhando de perto, junto à Polícia Rodoviária Federal (PRF), os desdobramentos desse acidente e tomando as medidas cabíveis. Segundo a PRF, o boletim de ocorrência do acidente ainda não foi encerrado. O caso será encaminhado para a delegacia da Polícia Civil de Brumadinho, para onde também será encaminhado o motorista do ônibus, assim que ele tiver alta hospitalar, já que ele também ficou ferido.
Sete pessoas ainda estão internadas, sendo cinco no Hospital João XXIII, em BH, e duas no Hospital Regional de Betim.
A ANTT também informou que todos os ônibus que possuem autorização para fazerem o transporte interestadual de passageiros são cadastrados no site da agência e a pesquisa é muito simples. Basta checar se a empresa está cadastrada para fazer as viagens ou consultar diretamente pela placa do veículo. "Tomando esses cuidados, o passageiro evita viajar em empresas não autorizadas pela ANTT que utilizam veículos que não possuem condições mecânicas para viagens, que sejam conduzidos por motoristas despreparados, que trabalham sob condições inadequadas e estressantes que podem levar a acidentes graves", informa a agência, em nota.
A multa prevista para o transporte clandestino gira em torno de R$ 6 mil e a empresa ainda tem que arcar com o transbordo de todos os passageiros em linhas regulares. A reportagem entrou em contato com a RC, mas o responsável direto que está autorizado a dar informações sobre a operação da empresa ainda não foi encontrado.