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CNI: Brasil fica em penúltima em ranking de competitividade com 18 países

O ranking é liderado pelo Canadá, seguido por Coreia do Sul e Austrália. O País só ficou à frente da Argentina

postado em 19/01/2017 11:56
O Brasil ficou na penúltima posição em um ranking de competitividade que inclui 18 países, de acordo com estudo feito anualmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento compara nove critérios que influenciam a capacidade de uma empresa brasileira competir com uma companhia estrangeira. O ranking é liderado pelo Canadá, seguido por Coreia do Sul e Austrália. O País só ficou à frente da Argentina.

De 2015 para 2016, o Brasil piorou em quatro desses indicadores: disponibilidade e custo de mão de obra; ambiente macroeconômico; competição e escala do mercado doméstico; e tecnologia e inovação. O Brasil se manteve estável nos critérios disponibilidade e custo de capital; infraestrutura e logística; peso dos tributos; e ambiente de negócios.

A boa notícia do estudo é que o País melhorou sua posição no fator educação, saindo da 10; para a 9; posição nesse quesito. De acordo com a CNI, os gastos com educação foram o motivo desse desempenho. No ano passado, o Brasil destinou 6,4% do PIB para a educação, volume inferior apenas ao da África do Sul, que reservou 7,3% do PIB para este fim. Dos nove critérios abordados, é na educação que o País registra a melhor posição.

No quesito disponibilidade e custo de mão de obra, o Brasil caiu da 5; para a 11; posição, influenciado pelo aumento do desemprego. Também pesaram contra o País a baixa produtividade do trabalho e o alto custo da mão de obra.

No fator ambiente macroeconômico, o Brasil recuou do 15; para a 17; lugar, também na penúltima posição. Os motivos foram a inflação elevada, o aumento da dívida bruta, os juros altos e a baixa taxa de investimentos.

No critério competição e escala do mercado, o País saiu da 10; para a 12; colocação, em razão da recessão econômica e a consequente diminuição do consumo das famílias. Também influenciaram nesse desempenho a baixa concorrência no mercado interno e as altas tarifas alfandegárias aplicadas pelo governo

No subitem tecnologia e inovação, o Brasil foi do 9; para o 11; lugar, devido à queda dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento e à redução da capacidade de inovação das empresas brasileiras.

O Brasil permanece na última colocação no quesito disponibilidade e custo de capital, em razão dos altos custos e a baixa disponibilidade de recursos. Entre os 18 países, o Brasil teve a maior taxa de juros real de curto prazo (11%) e o maior spread bancário (31,3%). Dos nove critérios abordados, este é o que o País está na pior colocação.

No fator infraestrutura e logística, o Brasil ficou com a 15; posição, com as piores avaliações em todos os modais de transporte, como rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. A rede de telecomunicações foi a única bem avaliada.

No critério tributos, o Brasil permaneceu na 16; posição. Embora a receita total com impostos tenha se mantido estável no País, com 21% do PIB, houve queda na Rússia, México e China.

No subitem ambiente de negócios, o Brasil continuou na 17; posição, devido a avaliações ruins em relação à eficiência do Estado, segurança jurídica, burocracia e relações de trabalho.

Para a CNI, a melhora da competitividade da economia brasileira depende da recuperação da estabilidade econômica e da aprovação de reformas previdenciária e trabalhista. Apesar da aprovação de um teto para o crescimento dos gastos do governo, a entidade cobra a mesma medida para os Estados e municípios.

Desde que o levantamento começou a ser realizado, em 2012, o País nunca conseguiu sair do penúltimo lugar. Integram o ranking outros 17 países com economias similares, como África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Índia, Indonésia, México, Peru, Polônia, Rússia, Tailândia e Turquia.
Por Agência Estado

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