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Alunos de Uberaba recebem cartilha evangélica contra ideologia de gênero

Um trecho diz que "como não estão conseguindo mudar a cabeça da população, inventaram novos recursos para nos sabotarem". E completa: "o mais disfarçado e perigoso é a ideologia de gênero"

Agência Estado
postado em 03/06/2016 10:10

Um trecho diz que

Uma cartilha que começou a ser distribuída nas escolas de Uberaba, na região do Triângulo Mineiro, vem causando revolta e acusações de homofobia e machismo. Ela visa a orientar pais e estudantes sobre a proibição das discussões de ideologias de gênero nas escolas, aprovada por emenda à Lei Orgânica do Município.

Com o título Ideologia de Gênero - Entenda o risco que você e seus filhos estavam correndo, o material começou a ser distribuído há poucos dias. Um trecho diz que "como não estão conseguindo mudar a cabeça da população, inventaram novos recursos para nos sabotarem". E completa: "o mais disfarçado e perigoso é a ideologia de gênero".

Em outro ponto o material orienta a população. "Pai e mãe, existem organizações muito ocupadas em destruir nossa família. Dizem que o povo é muito fora de moda e precisamos deixar os ensinamentos dos antigos e nos abrirmos às novidades." Outra página mostra a foto de uma mulher e a frase: "Isso é um absurdo", referindo-se à ideia de que ninguém nasce homem ou mulher, como sugeriria a ideologia de gênero.


Para a educadora e mestre em Educação Larissa Martins, uma das primeiras a denunciar o caso na internet, o material vai "contra os direitos humanos e a diversidade de sexo e gênero".

A cartilha foi elaborada pelo vereador Samuel Pereira (PR), que é evangélico. À imprensa local, ele disse ter distribuído "cartilhas em locais onde identificou ideologia de gênero".

A lei foi aprovada em novembro, mesmo com parecer contrário da Comissão de Justiça da Câmara. Na ocasião, religiosos comemoraram a proposta. Para o presidente do Conselho de Pastores de Uberaba, Carlos Wilton, foi uma "vitória da família" A Igreja Católica também apoiou a iniciativa. Já entidades ligadas aos trabalhadores da educação se colocaram contra.

Em nota, o Legislativo alega que "a discussão foi democrática, com espaço aberto para exposição de pensamentos de todos os segmentos" e não vê preconceito ou intolerância.

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