postado em 17/06/2015 11:55
Os moradores da cidade mineira de Piranguinho, a 434 km de Belo Horizonte, estão ansiosos para bater um recorde com a produção do maior pé de moleque do mundo. A expectativa é que, durante a tradicional Festa do Pé de Moleque da cidade, que ocorrerá no próximo sábado (20/6), o doce seja produzido com 20 metros de comprimento, superando o próprio recorde da cidade, de 2010, certificado pelo RankBrasil. Há cinco anos, os responsáveis pela preparação do pé de moleque produziram um doce com 232,6 kg, 15 metros de comprimento, 60 cm de largura e 2 cm de altura. A cada ano, os produtores aumentam o doce em um metro, por conta própria.
Atualmente, 16 produtores fazem o doce na cidade ; apenas 10 deles participarão da fabricação na festa, com a ajuda de outros funcionários. A receita é farta, amendoim que não acaba mais. Serão usados 300 kg da iguaria e 250 kg de rapadura, derretida aos poucos em um taxo montada no meio de uma praça. Todo o preparo é acompanhado de pertinho pela população. Logo após a medição, ele será distribuído gratuitamente para os participantes do evento, aberto ao público.Apesar de ser grande, alguns habitantes da pequena Piranguinho vão sair da festa sem o gostinho do doce, já que o município conta com, aproximadamente 8,5 mil habitantes e, segundo o produtor Marcelo Renó, o doce deve render 7,5 mil porções. "Parece bastante, mas não acaba tudo em um dia porque a prefeitura pede que a metade seja distribuída no último dia do evento, no domingo", explica.
Para não causar dúvida ou polêmica, o secretário do Turismo, Cultura, Esporte e Juventude de Piranguinho, Cleber Marinho da Cruz, explica que existem diferenças entre o doce produzido na cidade e o tradicional bolo de pé de moleque de Caruaru ; município do agreste pernambucano. "Caruaru tem o recorde mundial do maior bolo, nós fazemos outra receita, apenas com amendoim e rapadura", disse.
Tradição mineira
O título é importante pela tradição histórica que o doce tem para a cidade. "O pé de moleque é tradição no nosso município desde 1909, quando era comercializado em um bar próximo à estação ferroviária. Quando ele fechou, o doce passou a ser fabricado pela esposa do gerente da estação e ele só permitia que o trem partisse depois que o menino que vendia passasse", explicou o secretário. Hoje a ferrovia não funciona mais, mas o doce continua a ser vendido às margens da rodovia, na BR-459.
A produção artesanal se tornou Patrimônio Cultural do estado de Minas Gerais em 2009, certificada pela Lei 18057. Marcelo Renó pertence à terceira geração da família a fazer o doce e conta orgulhoso como o título é importante para ele: "A divulgação é muito grande, não só na festa, mas no dia a dia. As pessoas sempre querem saber se vamos nos superar e fazer um maior".
De acordo com o RankBrasil, responsável pela certificação do título, foram os representantes da própria cidade que sugeriram o recorde. Para comprovar que Piranguinho possui mesmo o maior doce do Brasil, a entidade fez uma pesquisa em outras cidades brasileiras interessadas no título, mas nenhuma outra se propôs a bater a marca.