Manifestantes do movimento negro Educafro deixaram a sede do Minsitério da Fazenda por volta das 15h30, após mais de quatro horas de protestos. Pela manhã, cerca de 20 estudantes invadiram o prédio em um protesto pacífico por cotas no serviço público, recursos para educação e moradia para os alunos. Segundo Renato Domingos Júnior, assessor de políticas públicas da Educafro, o grupo só se retirou após ter recebido informações de que o ministro Joaquim Levy aceitou conversar sobre os cortes de gastos para educação e também de que o ministro interino da Educação, Luiz Cláudio Costa, concordou em recebê-los e discutir o destino que será dado à Secretaria da Diversidade Étnico-Racial .
;Dia 17 de março voltaremos aqui para definir todos os pontos de reivindicação, em uma audiência com o secretário executivo [adjunto] Ariosto Culau. Se não atenderem nossas demandas, aí teremos uma audiência com o ministro;, disse Santos.
[SAIBAMAIS]
Sobre a escolha do local da manifestação, o frade explicou que várias audiências foram realizadas no Ministério da Educação, que sempre alega o corte de verbas para não atender as reivindicações. ;Queremos a garantia de que todo aluno cotista negro, cuja renda seja inferior a 1,5 salário mínimo, tenha bolsa moradia, alimentação e transporte;, afirmou. ;Colocamos aqui como é incoerente falar em pátria educadora e cortar 30% da verba para educação. Queremos saber quanto mais vai para educação, em uma pátria educadora;, disse.
A portaria principal do Ministério da Fazenda foi bloqueada por volta das 12h, num descuido da segurança. Cerca de 20 manifestantes da Fundação Educafro ocuparam a entrada principal do edifício e, lá dentro, alguns se acorrentaram às catracas de acesso ao ministério, impedindo a entrada de servidores. Eles também tocaram berimbau, timbau e jogaram capoeira, além de cantar músicas pedindo ao ministro Levy mais dinheiro para educação.
Amanhã os militantes do Educafro, que vieram de São Paulo com o intuito de evitar que alunos carentes fiquem sem condições de estudar e de se manter, continuarão em Brasília. Eles farão um ato em frente ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) em favor das cotas raciais e em seguida entregarão ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, um documento contra o auto de resistência (quando a polícia alega ter atirado para matar porque houve resistência à prisão).
Com informações da Agência Brasil.