Trata-se do cabeça-de-cobra-do-norte (Channa argus). Ele veio da Ásia e está causando problemas nos rios e lagos americanos, já que compete por comida e espaço com os animais que vivem ali naturalmente.
A orientação das autoridades é clara: se alguém encontrar esse peixe, deve matá-lo cortando sua cabeça ou congelando-o.
Também foi solicitado para que as pessoas tirarem uma foto e avisem as autoridades locais, informando onde e quantos peixes foram encontrados.
Antes de matá-los, as autoridades pedem para a população se certificar de que é mesmo um cabeça-de-cobra, pois ele pode ser confundido com peixes nativos, como o bowfin (que tem nadadeira mais curta e uma mancha preta na cauda).
O cabeça-de-cobra-do-norte pode chegar perto de 1 metro de comprimento, tem o corpo alongado, a cabeça grande e a cor marrom-escura.
A aparência incomum e assustadora faz com que muita gente pense que o peixe é na verdade uma serpente píton.
Para completar o 'kit bizarrice', esse peixe consegue viver bastante tempo fora da água, graças a uma adaptação especial nas suas brânquias, que permite que ele respire o ar diretamente.
“Como estão fora de seu ambiente natural [...], esses peixes frequentemente crescem, se reproduzem e se espalham muito rapidamente”, explicou a coordenadora do Departamento de Conservação do Missouri, Angela Sokolowski.
O peixe cabeça-de-cobra-do-norte foi visto pela primeira vez nos Estados Unidos em 2002, em um lago de Maryland.
Depois, em 2004, apareceu no Rio Potomac, que passa por três estados e pela capital, Washington DC. Agora, também foi encontrado no Missouri.
Acredita-se que o cabeça-de-cobra tenha vindo da Ásia para a América por intermédio do comércio internacional.
Como a sua carne é usada para alimentação, é provável que alguns deles tenham sido trazidos vivos, de forma ilegal, para serem criados em cativeiro e vendidos depois.
Alguns peixes podem ter escapado ou sido soltos na natureza. Como encontraram comida e um bom lugar para se reproduzir, sua população aumentou rápido.
É proibido transportar, vender ou adquirir esse peixe. Quem for pego pode ser multado ou até preso pela Lei Lacey (órgão que regula a conservação ambiental nos EUA).
O cabeça-de-cobra-do-norte se alimenta de uma grande variedade de presas, incluindo outros peixes, insetos e até pequenos anfíbios.
No Brasil, sua importação e criação são proibidas pelo Ibama, visando evitar impactos negativos na biodiversidade aquática.