Não há qualquer comprovação sobre a data e o responsável pela criação do quebra-cabeça. Em solo chinês, com tradição milenar, o Tangram possui peças geométricas que formam milhares de figuras, porém se diferencia bastante do modelo tradicional.
Os primeiros quebra-cabeças, conhecidos como dissecações, eram desenhos feitos em tábuas de madeira que depois eram cortados em vários pedaços com uma serra.
Uma das teorias é de que o quebra-cabeça foi inventado pelo cartógrafo inglês londrino John Spilsbury, em 1760, que colou peças em pequenos pedaços, formando o mapa da Europa. Assim, o material serviu para ajudar as crianças a aprender sobre geografia.
A governanta real Lady Charlotte Finch usou esses 'mapas dissecados' para ensinar os filhos do rei Jorge III e da duquesa Carlota de Mecklenburg-Strelitz.
O nome 'quebra-cabeças' veio a ser associado ao jogo por volta de 1880, quando as serras mecânicas se tornaram a ferramenta preferida para cortar as formas. Ele vem do inglês antigo 'puseygode', que significa 'uma coisa confusa ou complicada'.
Os quebra-cabeças de papelão surgiram nessa mesma época, mas demoraram a substituir os de madeira porque os fabricantes entenderam que o material poderia ser de baixa qualidade e apresentar um lucro menor que a madeira.
Em 1820, o quebra-cabeça já fazia um enorme sucesso, sendo um dos principais brinquedos da época, com diversas gravuras e pinturas. Assim, a Revolução Industrial foi essencial para baratear o custo de produção e popularizar ainda mais o brinquedo.
Outro grande momento para a história do quebra-cabeça foi na Grande Depressão de 1929. Com a grande taxa de desemprego, o brinquedo fornecia uma forma de entretenimento barata, duradoura e reciclável.
Foi nessa época que os quebra-cabeças evoluíram para se tornar mais complexos e atraentes também para os adultos. Eles foram destaques em promoções de produtos e usados em grande escala na publicidade, com os clientes completando uma imagem do produto promovido.
Com o tempo, os quebra-cabeças se tornaram um passatempo amplamente apreciado em todo o mundo, com uma variedade de temas, tamanhos e níveis de dificuldade.
A demanda por quebra-cabeças teve um aumento, comparável ao da Grande Depressão de 29, durante o período de estadia em casa da pandemia de COVID-19.
De acordo com a Alzheimer Society of Canada, fazer quebra-cabeças é uma das muitas atividades que podem ajudar a manter o cérebro ativo e reduzir o risco da doença de Alzheimer.
Eles estimulam o pensamento lógico, a memória, a concentração e a resolução de problemas. Além disso, podem reduzir o stress e promover um senso de realização.
Os quebra-cabeças exigem que a mente analise padrões, identifique conexões e encontre soluções, o que fortalece o raciocínio lógico e as habilidades de resolução de problemas.
A mania dos quebra-cabeças diminuiu drasticamente na década de 1950, à medida que a televisão dominava cada vez mais o entretenimento doméstico.
No entanto, as novas tecnologias permitiram o corte a laser das peças de madeira ou acrílico. Isso trouxe a vantagem de o quebra-cabeça poder ser cortado em qualquer tamanho ou formato, com diversos números ou tamanhos médios de peças.
O quebra-cabeça requer a montagem de peças que se encaixam para produzirem uma imagem completa. Neste tipo de jogo, o raciocínio lógico é bem mais importante que a agilidade e a força física.
A dificuldade do quebra-cabeça pode variar de acordo com a quantidade de peças, a complexidade da imagem e o formato das peças.
Montar um quebra-cabeça pode ser uma atividade relaxante e prazerosa, que ajuda a reduzir o stress e a aumentar a concentração.
O quebra-cabeça é o símbolo mundial do autismo, representando a complexidade e a diversidade do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ele foi criado em 1963 pela Autism Society e popularizado pela Autism Speaks.
Contudo, ele não é bem aceito pelos autistas. Isso porque um de seus significados é justamente a dificuldade em compreender pessoas no espectro, algo que pode implicar que o autismo seja algo a ser “resolvido”.
Os quebra-cabeças podem ser classificados de várias formas, incluindo por material (papel, madeira, metal), por tipo de desafio (imagens, números, lógica), e por complexidade (número de peças, tridimensionalidade).
Por fim, os quebra-cabeças podem ser uma excelente forma de reduzir o estresse, assim como se tornam atividades sociais. Montá-los em grupo pode fortalecer os laços familiares e de amizade, além de proporcionar momentos de colaboração e diversão compartilhada.