A pesquisa mostrou que os peixinhos conseguem perceber quando outro animal do mesmo tipo possui o mesmo número de linhas brancas que eles.

Vale destacar que a habilidade de contar não é nova no reino animal. Afinal, insetos, anfíbios e outras espécies de peixe conseguem distinguir uma quantidade maior que outra.

Essa é uma habilidade que normalmente está ligada à busca por alimentos, segurança em grupos ou até acasalamento. No entanto, na configuração dos peixes-palhaço, essa capacidade pode estar ligada à proteção de território.

Dessa forma, amphiprion é um gênero de pequenos peixes com intensa coloração corporal pertencente à subfamília Amphiprioninae da família Pomacentridae.

Eles, então, são conhecidos e comercializados para aquariofilia sob os nomes comuns de peixe-palhaço e peixe-das-anêmonas. O gênero inclui 30 espécies, todas com distribuição natural nos recifes coralinos dos oceanos tropicais.

Com coloração alaranjada e listras brancas, habita águas calmas e pouco profundas dos oceanos Pacífico e Índico. São famosos devido à relação ecológica de protocooperação que estabelecem com as anêmonas-do-mar ou, em alguns casos, com corais.

Assim, todos os peixes-palhaços nascem machos e têm a capacidade de se tornarem fêmeas (hermafroditas protândricos) de acordo com a necessidade durante a reprodução.

As anêmonas e o peixe-palhaço vivem em uma relação de simbiose. Na biologia, essa relação é definida como uma associação entre indivíduos de diferentes espécies, podendo haver benefício entre eles ou não.

As anêmonas providenciam-lhes abrigo para fugir de predadores. Nesse sentido, o veneno que está presente em células dos tentáculos da anêmona não afeta o peixinho, graças a um muco protetor que ele produz e está espalhado por todo seu corpo.

Na base das anêmonas, botam seus ovos, assegurando a proteção de sua prole. Em retorno, os restos do alimento do peixe-palhaço são utilizados pela anêmona. Uma associação que beneficia os dois parceiros.

Em cada anêmona, existe um 'harém' que consiste em uma fêmea grande, um macho menor e outros machos não reprodutivos ainda menores.

Caso a fêmea seja removida, o macho reprodutor muda de sexo, num processo dito protandria, e o maior dos machos não reprodutivos torna-se reprodutivo.

O colorido corporal da espécie chama a atenção, tornando-a num dos peixes exóticos com maior procura para aquários.

O tamanho do peixe-palhaço varia de 10 a 11 centímetros, porém uma espécie chamada de Maroon pode chegar aos 17 centímetros.

A cor laranja e as tiras brancas ou azuladas, bem como a maneira aparentemente desalinhada e desajeitada de nadar, dão sentido ao nome de peixe-palhaço.

O peixe-palhaço vive em função de sua anêmona e pouco se afasta dela. Por isso, muitas vezes acaba se alimentando quase que das mesmas espécies: pequenos crustáceos, zooplâncton e algas.

O peixe-palhaço tem dentes diminutos, mas bastante eficientes. Com eles, o peixe se comunica, rasga as algas para se alimentar, prende suas presas e mantém os tentáculos de sua anêmona limpos.

Ele conversa com seus semelhantes por meio de sons e estalos que produz quando abre a boca e estica os tendões do órgão. Ao fechar a boca, bate os dentes.

Ainda sobre seu estilo de vida, o peixe-palhaço tem uma audição incrível, com ótima orientação espacial. Seus olhos são sensíveis e funcionais e também possuem um bom olfato para encontrar as anêmonas em alto mar.