Pinóquio tornou-se muito conhecido pela versão em desenho animado da Disney, com estreia nos Estados Unidos em fevereiro de 1940.
O personagem foi criado pelo escritor italiano Carlo Collodi (1826 - 1890) - nome artístico de Carlo Lorenzini - ainda no século 19, mais precisamente no ano de 1881.
Em 7 de julho de 1881, o autor publicou os primeiros capítulos de “Histórias de uma Marionete”. Em 1883, as histórias foram reunidas em um livro chamado “As Aventuras de Pinóquio”.
As tirinhas originais com a sua figura eram publicadas no jornal “Il Giornale per i Bambini” (“O Jornal para as Crianças”, em tradução livre).
Na adaptação cinematográfica que acabou por se popularizar, Pinóquio é um boneco cujo nariz crescia a cada vez que ele contava uma mentira.
A marionete foi construída por Geppetto, um idoso entalhador de madeira que, no desenho da Disney é um senhor gentil e bonachão.
Porém, na história original de Collodi a mentira não é o aspecto central da trama, embora Pinóquio, de fato, conte mentiras.
Ao contrário do personagem retratado no desenho da Disney, ingênuo e distraído, o Pinóquio elaborado pelo autor italiano tem características um tanto sombrias.
Nas aventuras descritas no conto do século 19, Collodi expôs as condições de vida da Itália na época, 20 anos após a reunificação do país e com uma realidade social difícil. O retrato de Pinóquio estava longe de alguém sentimental.
Em conversa com a emissora britânica BBC, Roberto Vezzani, da Fundação Nacional Carlo Collodi, reforçou que há um tom sombrio no conto original.
“Collodi conseguiu criar uma história para crianças que também expressa algo profundo sobre a sociedade, sobra a dificuldade de tornar-se adulto. Ele criou Pinóquio, cuja humanidade é excepcional”, disse Vezzani.
Em 2022, o cineasta Robert Zemeckis lançou uma versão cinematográfica mais fiel aos escritos de Collodi, com produção da própria Disney e Tom Hanks no papel de Geppetto.
No mesmo ano, Guillermo del Toro dirigiu animação de Pinóquio para a Netflix também alinhada com a narrativa original do clássico.
Anos antes, em 2019, uma versão italiano, com o astro Roberto Benigni ('A Vida é Bela'), foi lançada.
No livro de Collodi, autor nascido na cidade de Florença, há cenas de violência que a Disney não incluiu na sua criação consagrada.
O autor deu um fim trágico ao personagem, com Pinóquio enforcado em um carvalho por roubar as moedas de ouro da Raposa e do Galo. A intenção, segundo os estudiosos da obra, era encerrar com uma lição de moral sobre as consequências de não ser um bom menino, mas cartas de leitores o fizeram criar novos capítulos.
No desenho da Disney, Pinóquio se transforma em um menino de verdade após uma fada azul atender o desejo de Geppetto.
O nariz de Pinóquio cresce quando ele mente para a fada em uma situação em que deixou de ir à escola e acabou preso na gaiola pelo dono de um teatro de marionetes chamado Stromboli. Ele vive outras aventuras, sempre acompanhado pelo Grilo Falante, popular personagem que funciona como a consciência do menino.
A imagem de Pinóquio com o nariz grande se tornou muito popular e até hoje é possível encontrar produtos que reproduzem sua figura.