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Volta às aulas: Material escolar usado gera 'nova profissão'; saiba qual


Na época de volta às aulas, quem tem filhos na escola precisa gastar com a compra de material escolar. E os artigos necessários para as aulas custam caro nas lojas.

Por Flipar
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Geralmente, é preciso comprar cadernos, livros, colas, lápis, canetas, borrachas, compassos, apontadores, estojos, réguas, pastas, tesouras, etc. Fora o uniforme da escola.

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Por isso, pelo menos no que se refere aos livros recomendados pelas escolas, muitos pais preferem comprar de segunda mão. Eles negociam com quem estudou em determinada série no ano anterior, para adquirir os livros.

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Mesmo já tendo sido usados por outros estudantes ao longo de um ano, os livros têm serventia quando estão bem conservados. E reduzem em muito a despesa das famílias para dar conta dos pedidos dos colégios.

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Em Aracaju, um grupo de mães lançou um aplicativo pelo celular justamente para reunir materiais usados que sirvam para outros alunos.

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Elas criaram um grupo no aplicativo por mensagens, reunindo mais de 300 mães que tinham um interesse em comum: reaproveitar para economizar. E o grupo foi crescendo.

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Na feira virtual da capital sergipana, livros de segunda mão são vendidos, comprados ou, dependendo do caso, são até doados.

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Além de livros, o aplicativo de mensagens - chamado Desapego Escolar - também inclui uniformes e até fantasias do calendário de festas das escolas.

E foi comprando livros de segunda mão para os filhos que a dona de casa Clécia Fabiana Araújo se tornou especialista em apagar o que estava escrito para que as páginas ficassem livres para um novo estudo.

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Entrevistada pela TV Sergipe em 2024, Clécia disse que acabou percebendo uma possibilidade de ganhar dinheiro com isso.

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Assim, ela transformou essa habilidade num trabalho remunerado. E passou a apagar livros para mães de outros estudantes, que trabalham fora e não têm tempo disponível.

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Em 2023, Clécia atuou pela primeira vez como 'apagadora de livros'. Ganhou R$1.200. E em 2024 expandiu a carga horária e o número de livros, aumentando o rendimento para mais de R$ 1.500.

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A dona de casa Aline dos Santos Brito também passou a desenvolver essa atividade para faturar, fazendo tarefas domésticas durante o dia e dedicando parte da noite para apagar livros.

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Dependendo da procura, o serviço avança pela madrugada, já que é o tipo de trabalho que se concentra apenas no mês de preparação dos materiais escolares.

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Quem se dispõe a apagar livros nos fins de semana, ainda consegue ampliar o volume de material. Para fazer o serviço, é necessário comprar borrachas, cujo valor pode ser embutido na cobrança da preparação dos livros.

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Aline disse em entrevista que, geralmente, para apagar o que está escrito em cerca de 10 livros, é necessário gastar 5 ou 6 borrachas.

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As mais indicadas são as que têm duas cores : vermelha (mais suave) e azul (mais áspera). E é preciso ter cuidado para apagar o que está escrito sem deixar marcas nos livros.

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Diante disso, fica clara a importância de que os alunos utilizem apenas lápis - e não canetas - para fazer as anotações nos livros. Além de facilitar na hora de corrigir um dado, eles permitem, com isso, que os livros ganhem nova vida posteriormente. E que pessoas esforçadas ganhem o seu dinheiro extra no orçamento doméstico.

Youtube/ Camila Cabral

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