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Cientistas plantam semente milenar e ‘encontram’ árvore bíblica


Na década de 1980, uma semente antiga, com mais de mil anos, foi encontrada em escavações arqueológicas em uma caverna localizada no deserto da Judeia, no Oriente Médio. Um grupo de pesquisadores decidiu plantá-la e cultivá-la em 2010. Com o tempo, veio o espanto: a árvore brotou e se desenvolveu.

Por Flipar
Sarah Sallon/Divulgação

Ao analisar o DNA do vegetal, hoje com três metros de altura e repleto de folhas verdes, os estudiosos descobriram que ele é familiar ao de um gênero de árvore extinta que é citada na Bíblia. Publicada na revista Communications Biology, a pesquisa detalha o processo desde a identificação da semente, batizada pelos cientistas de “Sabá”, até os aprendizados que tiveram ao observar o crescimento da árvore.

Sarah Sallon/Divulgação

Os botânicos identificaram que a semente pertence ao gênero Commiphora, ao qual estão associadas espécies capazes de produzir resinas valiosas, que servem para medicamentos, perfumes e incensos. Ela data entre 993 e 1202 d.c. e pode ser uma remanescente de árvores da região onde hoje estão Israel, Palestina e Jordânia. A árvore plantada pelos cientistas é semelhante à que continha o bálsamo de Gilead, que aparece em relatos sobre a rainha de sabá, porém não contêm os compostos aromáticos.

Sarah Sallon/Divulgação

Árvores desempenham funções vitais, como fornecer alimentos, madeira, medicamentos, oxigênio e absorver dióxido de carbono, sendo fundamentais para a vida humana.

Reprodução de vídeo BBC

Um relatório da Avaliação Global de Árvores, realizada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), revelou que mais de um terço das espécies de árvores do mundo pode acabar, ameaçando a biodiversidade e os ecossistemas.

El?bieta Michta por Pixabay

Realizado para coincidir com a COP16 da ONU sobre biodiversidade, que aconteceu no fim de 2024. O estudo estima que 16 mil das 58 mil espécies de árvores existentes estão ameaçadas devido ao desmatamento, agricultura, expansão urbana e mudanças climáticas.

Szabolcs Molnar por Pixabay

Segundo a IUCN, mais de 5 mil espécies ameaçadas são usadas para construção, enquanto mais de 2 mil servem para alimentos, combustíveis e medicamentos. Estima-se que mais de 15 bilhões de árvores são cortadas a cada ano.

Milt Ritter por Pixabay

O Brasil é o país com maior número de espécies de árvores em risco de extinção. São 1.788 espécies em todo o território nacional.

Germano Roberto Schuur wikimedia commons

Quando alguma nova espécie é encontrada, é natural comemorar. Em 2023, pesquisadores da Universidade Federal Rural do RJ e do Jardim Botânico do RJ encontraram duas no Parque Estadual da Serra da Tiririca.

Divulgação Portal da Prefeitura de Niterói

Uma delas é a Eugenia delicata, chamada popularmente de uvaia-pitanga. Os pesquisadores encontraram seis unidades dessa árvore no parque.

Divulgação/Thiago Fernandes

Essa árvore dá frutos comestíveis, de cor alaranjada, que têm um sabor semelhante ao da goiaba.

Divulgação/Thiago Fernandes

A outra é a Eugenia superba, batizada da linguagem comum como cereja-amarela-de-niterói. Há três árvores desse tipo no parque.

Divulgação/Thiago Fernandes

Seu caule tem troncos descamantes que soltam placas finas que esfarelam quando a pessoa toca. Essa árvore dá frutos chamados de cereja-amarela-de-Niterói . Ambas são espécies endêmicas da região que abrange os municípios de Niterói a Maricá. E têm entre 12 e 15 m de altura.

Divulgação/Thiago Fernandes

Em dezembro de 2023, uma Guapeba (fruta-do-Imperador ou árvore-imperial) foi encontrada na Reserva Biológica de Duas Bocas, em Cariacica (ES), por uma equipe do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e da Vale do Rio Doce.

Divulgação

A fruta-do-Imperador foi muito apreciada pela família real portuguesa, por seus frutos suculentos e doces. É uma árvore de grande porte, cuja madeira era utilizada na construção naval.

Wikipedia

Em agosto de 2024, pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) descobriram uma nova espécie de árvore frutífera, a Siphoneugena carolynae, em uma área de preservação ambiental de Maricá, região metropolitana do Rio de Janeiro.

Thiago Fernandes/Jardim Botânico

Essa nova espécie é considerada uma 'parente próxima' da jabuticabeira e é considerada a única no mundo, pelo menos até o momento. Conheça a seguir algumas espécies de árvores do Brasil que estão ameaçadas de extinção!

Thiago Fernandes/Jardim Botânico

Garapeira: Árvore da Amazônia, da Caatinga e do Cerrado. Também chamada de Barajuba, Jataí e Gema-de-Ovo.

Hermógenes Teixeira Pinto Filho WIKIMEDIA COMMONS

Mogno: Típica do bioma da AmazÎnia, no norte do Brasil. Também chamada de Acaju, Aguano, Caoba e Mara.

Signey wikimedia commons

Cedro-Rosa: Árvore da Amazônia, da Caatinga, do Cerrado e da Mata Atlântica. Também chamada de Capiúva, Cedrilho, Cedro-Mando e Cedro-Cheiroso.

Domínio público

Castanheira: Árvore do bioma da AmazÎnia. Também chamada de Amendoeira-da-América, Castanha-do-Brasil, Coz-do-Brasil e Tucari.

fir0002 flagstaffotos wikimedia commons

Jequitibá-Branco: Árvore da Amazônia, do Cerrado e da Mata Atlântica. Também chamada de Estopa, Cachimbeiro, Pau-de-Cachimbo e Mussambê.

Mauroguanandi, Mauro halpern - wikimedia commons

Pau-brasil: Bioma da Mata Atlântica. Também chamada de Arabutã, Ibirapitá, Pau-de-Pernambuco e Pau-de-Tinta. Inspirou o nome do Brasil.

Der Kolonist - WIKIMEDIA COMMONS

Araucária: Bioma da Mata Atlântica. Também chamada de Pinheiro-d-Paraná, Pinheiro-Brasileiro e Curi.

Rubensl wikimedia commons

Pau-Amarelo: Bioma da Amazônia - Também chamado de Amarelão, Amarelo-Cetim, Muiratana, Piquiá-Cetim e Pau-cetim.

Domínio público

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