O HMPV é um agente respiratório que provoca sintomas semelhantes aos da gripe, principalmente entre crianças.
O Centro de Controle de Doenças chinês destacou a necessidade de medidas preventivas de saúde e higiene e desmentiu vídeos que circulam nas redes sociais mostrando hospitais superlotados.
Além disso, o órgão descartou preocupações quanto à possibilidade de uma nova pandemia nos moldes da covid-19.
O metapneumovírus humano (HMPV) não é uma descoberta recente e faz parte de uma família de vírus responsáveis por infecções respiratórias já bem conhecidos no meio científico.
Entre os integrantes dessa família, o mais conhecido é o vírus respiratório-sincicial, principal causador de internações infantis relacionadas a doenças como bronquite e bronquiolite.
Identificado pela primeira vez nos Países Baixos em 2001, o HMPV já foi registrado em diversos países, incluindo Índia, Inglaterra, Austrália e Chile.
No Brasil, esse vírus foi detectado pela primeira vez em um paciente em 2004 e, desde então, tem circulado amplamente pelo país.
Estudos indicam que, desde 2004, o HMPV circula em uma faixa de 19% até 50% da população, a depender da região.
Segundo o virologista Flavio Fonseca, da UFMG, as chances de o HMPV se comportar como o Sars-CoV-2 são mínimas, já que grande parte da população possui imunidade natural ao vírus, o que limita sua propagação.
Embora a maioria das infecções cause apenas sintomas leves, pessoas vulneráveis, como crianças, idosos e imunossuprimidos, têm maior risco de complicações graves.
[...] É consenso entre os virologistas que, embora a situação exija investigação, a preocupação global está mais relacionada ao nível de vigilância atual, após o impacto da Covid-19, do que a um real problema grave na China', relatou o virulogista.
Entre o sintomas mais comuns do HMPV humano estão tosse, febre, congestão nasal e falta de ar, podendo evoluir para bronquite ou pneumonia em casos graves.
A infecção é mais comum nos primeiros anos de vida, com reinfecções frequentes. O vírus é transmitido por gotículas respiratórias, contato próximo ou superfícies contaminadas.
O período de incubação varia de 3 a 6 dias, e os sintomas geralmente duram o mesmo tempo que outras infecções respiratórias.
Até o momento, não há vacina ou tratamento específico para o HMPV. Por enquanto, a forma de tratamento é focada no alívio dos sintomas.
Os especialistas também recomendam a prevenção como forma de conter o avanço do vírus. Para isso, é fundamental manter a higiene adequada, lavar bem as mãos e evitar contato com pessoas infectadas.
Isso inclui o uso de analgésicos, antitérmicos, descongestionantes e, em casos mais graves, corticosteroides para aliviar inflamações e melhorar a respiração.
No fim de 2019, a COVID-19 surgiu como uma nova doença respiratória na China, mais especificamente na cidade de Wuhan, província de Hubei.