“Virou uma muleta. Precisei perder muito peso para ‘Lavoura Arcaica’ (2001) e ficar extremamente magro, quase um esqueleto”, afirmou o ator. Selton Mello contou que passou a usar anfetaminas, diuréticos e chegou a ficar sem comer, ingerindo apenas líquidos.
“Depois do ‘Lavoura’, fiz o Auto. O Chicó é magrinho daquele jeito porque eu estava drogado”, revelou, referindo-se ao primeiro “O Auto da Compadecida”, sucesso nas telonas em 2000.
“Virou uma roleta-russa. Eu parava, engordava, começava outro filme e voltava às anfetaminas. Esse efeito sanfona refletia um amor pelos personagens, mas um desamor por mim mesmo”, desabafou.
Selton Mello declarou que o problema tornou-se ainda mais crítico durante as filmagens de “Jean Charles” (2009), quando triplicou o uso de anfetamina sem que a substância fizesse efeito e ainda resultasse em episódios de compulsão alimentar. “Chegava a comer um balde de frango inteiro sozinho”. confessou o ator, que acabou buscando ajuda profissional para livrar-se do problema.
Aos 52 anos, Selton Mello está em alta nos cinemas. Em 'Ainda Estou Aqui', filme cotado para representar o Brasil no Oscar 2025, ele interpreta o deputado Rubens Paiva, que desapareceu após ser preso por militares. Fernando Torres, que faz no filme a personagem principal, Eunice Paiva, levou o Globo de Ouro como melhor atriz de drama.
Selton também está na aguardada sequência de 'O Auto da Compadecida', um dos maiores clássicos do cinema brasileiro que estreou em dezembro nos cinemas brasileiros.
Selton Mello é natural da cidade de Passos, em Minas Gerais. Ele nasceu no dia 30 de dezembro de 1972.
Ele começou sua carreira artística ainda na infância, participando de comerciais e telenovelas. Aos 7 anos, já se destacou na novela 'Corpo a Corpo' (1984).
Durante os anos 1990, Selton se tornou conhecido nacionalmente por seu trabalho em novelas e minisséries como 'Pedra Sobre Pedra' (1992), 'Tropicaliente' (1994) e 'A Indomada' (1997).
No cinema, Selton entregou performances marcantes em filmes como 'O Auto da Compadecida' (2000) e 'Lisbela e o Prisioneiro' (2003 - foto), que ajudaram a solidificar de vez sua carreira.
Selton também é lembrado por papéis mais desafiadores, como o de André no drama 'Lavoura Arcaica' (2001).
Em 2006, ele brilhou ao viver o controverso personagem Lourenço em 'O Cheiro do Ralo'.
Além de atuar, Selton Mello tem uma carreira de destaque também como diretor. Ele dirigiu os aclamados filmes 'Feliz Natal' (2008), 'O Palhaço' (2011) e 'O Filme da Minha Vida' (2017).
Em 'O Palhaço', ele também atuou como protagonista, mostrando sua habilidade de transitar entre funções criativas.
Na televisão, Selton continuou sua trajetória de sucesso em séries aclamadas, como 'Sessão de Terapia' (2019-2021), na qual interpretou o psicoterapeuta Caio Barone.
Outro marco em sua carreira foi a série 'O Mecanismo' (2018-2019), da Netflix, na qual interpretou Marco Ruffo, um investigador envolvido na operação Lava Jato.
Selton também ficou muito conhecido pela dublagem e já deu voz a diversos personagens marcantes, como Charlie Brown em 'A Turma do Charlie Brown' (1983) e Brandon Walsh no clássico 'Os Goonies' (1985), entre outros.
Reconhecido por sua discrição na vida pessoal, Selton Mello mantém um perfil mais reservado no dia a dia, longe dos holofotes e das páginas de fofoca.