Um incrível caso de sobrevivência no oceano Pacífico teve repercussão em 2023. Tim Shaddock, um marinheiro australiano de 51 anos, foi resgatado depois de ficar por mais de dois meses à deriva no local.
Ele sobreviveu apenas bebendo água da chuva e comendo peixe cru. Assim, o homem estava acompanhado por sua cadela de estimação, chamada Bella.
Após o resgate, Shaddock contou que havia partido do México com sua cachorrinha em direção à Polinésia Francesa em abril de 2023.
No entanto, uma tempestade danificou o sistema eletrônico do barco, que falhou, deixando o marinheiro e a cadela isolados no meio do oceano.
O australiano contou que usou o sol para destilar água do mar. Além disso, tentou manter a calma diante de uma situação tão desesperadora, visto que sua única chance era agir com equilíbrio emocional.
Bella foi uma fonte de companhia e também de apoio emocional para Shaddock. Ele, então, chegou a declarar que não teria sobrevivido sem ela.
Shaddock foi resgatado por um helicóptero que acompanhava uma traineira de atum. Ele foi levado para um hospital no México, onde foi tratado da desidratação e exposição ao sol.
Apesar dos dias à deriva, os socorristas disseram que o estado de saúde do australiano era até considerado bom no momento do resgate.
Em outro caso, um brasileiro viveu momentos aterrorizantes ao sobreviver ao naufrágio de um veleiro a 2 mil km da costa da África do Sul.
Trata-se de Marcelo Osanai, de 38 anos, que estava acompanhado de seu amigo, um suÃço de 52 anos, e um capitão alemão. Apenas os dois primeiros conseguiram entrar em um pequeno bote salva-vidas e foram resgatados por um petroleiro argentino no meio do Oceano Atlântico.
Desse modo, o capitão alemão do veleiro não conseguiu ir para o bote e afundou junto da embarcação. As autoridades informaram que ele não resistiu e morreu.
Em entrevista ao G1, o pai do brasileiro, Nelson Osanai, relatou: 'Eu não conseguia nem falar, a gente ficou emocionado, podíamos ter perdido nosso filho, ele quase morreu'.
O brasileiro disse que não tem certeza do que aconteceu: 'O barco dele colidiu com algo. Os especialistas dizem que esses acidentes podem acontecer com contêineres que caem no mar e ficam boiando. Pode ter sido isso'.
O pai contou que, antes do incidente, ele e a esposa estavam monitorando a embarcação do filho por meio de tecnologias de localização.
O Oceano Pacífico é o maior da Terra, com uma superfície de 180 milhões de quilômetros quadrados. Há 12 anos, em novembro de 2012, José Salvador Alvarenga saiu de Costa Azul, em Chiapas, no México, com um bote para pescar.
Ele estava acompanhado do amigo Ezequiel Córdoba e tinha o objetivo de passar 30 horas pescando e depois voltar ao vilarejo.
O barco tinha 7 metros de comprimento, um motor de popa e um refrigerador para armazenar os peixes. Eles navegaram 120 km na costa para buscar esses animais.
Mas, na virada da noite, aconteceu uma tempestade e eles começaram a retirar tudo do barco para facilitar o retorno. Eles se desfizeram até mesmo de todo o pescado já obtido.
Era 7h da manhã quando José e o amigo estavam a 24 km da costa. Na ocasião, eles achavam que chegariam com facilidade, porém tudo piorou. O motor do barco parou de funcionar, o que deixou a dupla à deriva.
José usou o rádio para entrar em contato com seu chefe e avisar sobre o problema. Mas logo em seguida o aparelho queimou. Em seguida, o chefe mandou uma equipe de busca, mas não encontrou a dupla de pescadores.
Após 5 dias, a estimativa é de que o barco já estivesse a 450 km da costa. Como o barco era pequeno, não havia possibilidade de ser avistado por um avião ou por um helicóptero.
Perdidos no oceano, os dois sobreviviam capturando aves que pousavam no barco. Para se hidratar, eles pegaram garrafas que encontraram no oceano e armazenavam água da chuva, enquanto tomavam sangue de tartarugas, na falta de chuva.
Ezequiel ficou doente por causa da comida crua e não comeu mais nada, morrendo de inanição. Sozinho, ele chegou a falar com o morto, para fingir que ainda estava acompanhado. Mas, uma semana depois, teve que lançar o corpo do amigo ao mar.
José ficou esperançoso quando avistou um navio cargueiro, mas quatro tripulantes seguiram adiante. Em janeiro de 2014 (após 438 dias), ele viu cocos flutuando na água e percebeu que havia terra no horizonte: Ilhas Marshall, na Micronésia.