O Brasil foi um dos 26 países com pessoas entrevistadas pelos pesquisadores, terminando no topo do ranking montado pelo instituto. Os dados foram obtidos através de uma plataforma online de monitoramento.
Segundo a pesquisa do Ipsos, 70% dos brasileiros relataram que acreditam em Deus na forma como ele é apresentado em escrituras religiosas, como a Bíblia e o Alcorão, por exemplo.
Já 19% acreditam em uma força superior, porém diferente do Deus descrito em textos religiosos.
Já aproximadamente 5% dos brasileiros afirmaram não acreditar em Deus ou em uma força maior, enquanto 4% disseram que não sabem e 2% optaram por não responder.
Os organizadores destacaram que os dados estão de acordo com o histórico do país onde a religião e a religiosidade têm uma predominância na cultura e na vida cotidiana, incluindo as esferas de poder.
No entanto, o estudo mostra que acreditar em Deus não obriga alguém a ser religioso. Isso porque dos 89% que afirmaram crer em uma força maior, apenas 76% destacaram acompanhar os ensinamentos de uma religião.
O estudo também destaca a diferença de adesão em faixas etárias. Enquanto 38% dos adultos se declararam católicos, apenas 23% dos jovens da geração Z (nascidos entre a segunda metade dos anos 1990 até 2010) dizem aderir à religião.
O Brasil está no topo do ranking, porém não de maneira isolada. A África do Sul também registrou 89% de entrevistados que acreditam em Deus ou em uma força maior.
O terceiro lugar é ocupado pelos colombianos, que alcançaram os 86%. Outros países sul-americanos também tiveram índices altos, como o Peru (84%) e Chile e Argentina (ambos com 76%).
Segundo sociólogos, o processo histórico de formação do país exerce influência na questão religiosa nos dias atuais, pois a religião é uma força fundamental no Brasil desde a época da colonização dos portugueses.
O Catolicismo é a religião que imposta pelos portugueses e tem um papel central nas identidades nacionais, embora tenha havido um decréscimo nos últimos anos.
Em 2020, cerca de 50% dos brasileiros se declaravam católicos, conforme pesquisa do Datafolha. Mas eram 90% nos anos 1970.
As igrejas evangélicas no Brasil têm registrado um crescimento contínuo e expressivo nas últimas décadas. Em 1970, os evangélicos representavam cerca de 5% da população. Em 2010, já eram 22% . Hoje, 31%.
Geralmente, a religião traz perspectiva, consolo, às vezes até assistência material, diante de ineficiência do poder público. E até por isso também pode ser usada como forma de manipulação e ferramenta para obter poder. Portanto, é preciso ter equilíbrio.