Acontece que, na verdade, a palavra bacalhau não representa uma única espécie, mas sim um grupo de espécies.
Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária brasileiro, são três as principais espécies de bacalhau no Brasil: do Porto ou Cod (foto); do Pacífico; e da Groenlândia.
O mais comum é que essas espécies de bacalhau sejam encontradas nas águas geladas da Noruega, Rússia, Islândia, Canadá e Alaska.
E para você que pensou 'mas e Portugal?', aqui vai outra surpresa: nenhum peixe da família do bacalhau é pescado no país da Península Ibérica!
No entanto, embora o peixe não seja encontrado em suas águas, Portugal consome cerca de 20% de todo o bacalhau mundial.
Cada português consome, em média, 15 kg de bacalhau por ano. O segundo maior consumidor mundial é o Brasil, apesar de também não contar com esses peixes em suas águas.
Historicamente, o bacalhau ganhou popularidade devido à sua facilidade de conservação quando salgado e seco, um método usado desde a época dos vikings e consolidado pela indústria pesqueira ao longo dos séculos.
Segundo a BBC, ao longo do século 14 a Marinha lusitana descobriu que o processo de conservação por salga e secagem estenderia a durabilidade do bacalhau por anos nos porões dos navios.
Nessa época, navegadores europeus, como os portugueses e espanhóis, precisavam de alimentos duráveis durante longas viagens marítimas.
Esse método não só preservava o peixe por meses como também intensificava seu sabor.
Com o passar dos anos, o bacalhau tornou-se essencial em dietas europeias, especialmente durante períodos de jejum religioso, como a Quaresma, devido à proibição do consumo de carne vermelha em várias tradições cristãs.
O bacalhau é um alimento versátil e base de uma infinidade de pratos. Na Espanha, o bacalao al pil-pil é uma iguaria famosa.
Em Portugal, é frequentemente dito que existem mais de 1001 receitas com bacalhau, incluindo clássicos como o bacalhau à brás (foto), bacalhau à Gomes de Sá e o bacalhau com natas.
Já no Brasil, o bacalhau se popularizou por meio de influências lusitanas e é figura certa em festas como a Páscoa e o Natal, sendo protagonista em pratos como a bacalhoada e o tradicional bolinho frito.
A pesca do bacalhau, no entanto, tem enfrentado desafios ao longo dos anos devido à sobrepesca, especialmente no Atlântico Norte.
Medidas de controle e políticas sustentáveis têm sido implementadas para proteger as populações desse peixe tão apreciado.
Hoje, é comum encontrar bacalhau de origem certificada, assegurando práticas pesqueiras responsáveis.
Além de seu papel na culinária, o bacalhau é uma fonte rica em nutrientes. É uma proteína magra, rica em ácidos graxos ômega-3, vitaminas A e D, além de minerais como fósforo e selênio.
Além disso, o óleo de fígado de bacalhau costuma ser usado em suplementos devido às suas propriedades benéficas para a saúde.