Primeiros tripulantes da cápsula Starliner da Boeing, os astronautas da Nasa partiram no dia 5/6 em um voo teste para a órbita terrestre que deveria durar apenas uma semana.
Porém, no trajeto a cápsula sofreu falhas no propulsor e vazamentos de hélio antes de chegar à Estação Espacial Internacional (ISS) . Diante disso, a Nasa adotou cautela para o retorno e o fim da missão foi adiado para a última semana de fevereiro de 2025.
A cápsula da Boeing retornou para a Terra sozinha no mês de setembro. A Nasa firmou um plano de contingência com a SpaceX, do empresário Elon Musk, para que a dupla faça o caminho de volta em nave da empresa.
Em 10/07, os astronautas disseram em entrevista coletiva - transmitida ao vivo direto da Estação - que estavam confiantes num retorno tranquilo à Terra. “Eu tenho um sentimento muito bom no meu coração de que a espaçonave nos trará para casa, sem problemas', afirmou Williams.
No dia 21/06, a Nasa anunciou que o retorno dos astronautas aconteceria na quarta-feira (26/06), o que também não ocorreu. De acordo com a Nasa, problemas nos propulsores e vazamentos de hélio provocaram o primeiro atraso.
Em um comunicado, a Nasa tranquilizou as famílias dizendo que há uma grande quantidade de suprimentos em órbita.
Historicamente, esse não é o primeiro problema relacionado à Starliner. Em seu voo inaugural de teste não tripulado em 2019, um erro de software resultou na colocação da nave em órbita incorreta.
Natural do Teennesse (EUA), Barry Wilmore, um dos astronautas 'presos', é capitão aposentado da Marinha americana. Ele tem 61 anos e já participou de voos em ações militares no Iraque e na Bósnia e está agora na sua terceira missão na Estação Espacial Internacional.
Com mais de 8 mil horas de voo e 663 pousos em porta-aviões, Barry Wilmore já passou ao todo 178 dias no espaço ao longo da carreira!
Em 2014, ele fez parte da Expedição 41, que explorou a composição de meteoros e as alterações musculares e ósseas causadas pelo espaço. O astronauta é casado com Deanna Newport e tem duas filhas.
Já Suni Williams tem 58 anos e é astronauta da Nasa desde 1998. Ela é a segunda mulher com maior tempo de caminhada no espaço: 50 horas e 40 minutos.
Como astronauta e piloto, Williams já acumulou mais de 3 mil horas de voo em 30 tipos de aeronaves. Como integrante da tripulação do NEEMO2, ela chegou a passar 9 dias submersa no laboratório submarino Aquarius, da Nasa.
Como aviadora naval, cargo que passou a ocupar em 1989, ela serviu no Esquadrão de Combate de Helicópteros nos EUA, participando de missões no Mediterrâneo, Mar Vermelho e Golfo Pérsico. Em setembro de 1992, Suni Williams participou de operações de resgate às vítimas do Furacão Andrew em Miami, Flórida.
A astronauta é casada e, segundo ela mesma, nutre um grande carinho por Needham, em Massachusetts, a qual considera sua cidade natal.
Mesmo que Suni Williams e Barry Wilmore fiquem oito meses no espaço, ainda assim não serão recordistas. Veja astronautas que passaram mais tempo em órbita.
De acordo com a BBC, o cosmonauta Valeri Polyakov passou 437 dias seguidos na Estação Espacial russa Mir (lançada durante a Guerra Fria) entre janeiro de 1994 e março de 1995. Ele orbitou a terra mais de 7 mil vezes. Ele aposentou em 2001 e morreu em setembro de 2022.
O americano Frank Rubio e os russos Sergei Prokopiev e Dmitri Petelin ficaram 371 dias em órbita, depois que um defeito impediu seu retorno da data prevista. Após retornar à Terra em 27 de setembro de 2023, Rubio disse que o isolamento tão prolongado foi uma 'tortura', pois gosta de estar ao ar livre.
A americana Christina Koch, de 44 anos, tem o recorde feminino de dias consecutivos no espaço: 328. Foram 5.248 órbitas da Terra e 223 milhões de quilômetros percorridos, segundo o jornal britânico The Guardian. Ela se prepara para uma nova missão: Artemis II, que voará ao redor da Lua em 2025.