É o sino do estilo ‘bianzhong’. 24 deles foram descobertos na região de Henan, na China. Os artefatos estavam em bom estado de conservação.
Os itens têm mais de dois mil anos de existência. Foram produzidos entre 770 a.C. e 476 a.C. ao longo do chamado ‘Período das Primaveras e Outonos’, que foi marcado pela descentralização do poder, aumento da alfabetização e avanço tecnológico.
A descoberta aconteceu no decorrer das buscas nas ruínas em uma velha cidade próxima a Zhengzhou, capital da região de Henan. Os 24 sinos estavam num poço de sacrifícios perto dos destroços de um palácio.
Guan Ping, historiador de Pequim, disse que os bianzhong eram usados no palácio imperial como parte de um sistema ritual.
Ele destacou que essa descoberta ajuda os especialistas no estudo sobre o desenvolvimento cultural no Período das Primaveras e Outonos.
O bianzhong é um antigo instrumento musical chinês composto por um conjunto de sinos de bronze. A China foi pioneira neste tipo de item melódico, que surgiram entre 2.000 e 3.600 anos atrás.
Estes artefatos eram pendurados em uma estrutura de madeira e o som era produzido quando alguém batia nos sinos usando um martelo com uma haste.
Ao lado dos 'bianqing' (outros sinos, mas feitos de pedras), os 'bianzhong' foram elementos fundamentais em rituais e músicas da corte chinesa em tempos remotos.
A propósito, os bianzhong foram exportados para outros países como Vietnã, onde foram usados em cerimônias na antiga capital imperial de Hué; Coreia durante a dinastia Song; e Japão.
No contexto atual, este item segue relevante na Coreia. Isso porque os sinos ainda são usados em celebrações de rituais para adeptos do Confucionismo. O instrumento é utilizado para conduzir a orquestra, enquanto sinos maiores destacam as frases de hinos.
O Confucionismo é uma filosofia chinesa baseada nos ensinamentos de Confúcio (551-479 a.C.), que enfatiza a ética, a moralidade e a harmonia social. Seus pilares incluem o respeito às hierarquias, a importância da educação e a prática de virtudes como a benevolência e a justiça.
Outras descobertas marcantes envolvendo os bianzhongs dizem respeito ao conjunto cerimonial de 65 sinos encontrados quase intactos na tumba do Marquês Yi de Zeng, num sítio arqueológico na província de Hubei
Estes artefatos foram o descobrimento mais essencial do túmulo do Marquês Yi. Os sinos estão sob proteção do governo como uma relíquia cultural e só foram apresentados três vezes após a descoberta, em 1978.
Os sinos ficam protegidos no Museu Provincial de Hubei, em Wuhan, China. O museu é um dos mais renomados do país, com vasta coleção de artefatos históricos e culturais. Abriga relíquias preciosas, como instrumentos musicais e objetos da tumba do Marquês Yi de Zeng. É um centro de preservação da história, com exposições interativas e educativas.
Inclusive, tais sinos normalmente contam com 'bronzeware', um tipo de inscrição que os pesquisadores utilizam como referência para facilitar o estudo desses escritos chineses antigos.
Em 1992, Ma Chengy, diretor do Museu de Xangai, recuperou o bianzhong Jin Hou Su, de 3.000 anos, junto ao mercado de antiguidades de Hong Kong.
Os sinos tinham sido roubados dos túmulos dos governantes do Estado de Jin e contrabandeados para fora da China.
Após conseguir retomá-los, o governo chinês adicionou o item à lista de 64 tesouros nacionais que não podem ser expostos fora do país.