Trata-se da Helicops boitata, uma serpente d’água batizada em homenagem à figura do folclore brasileiro que protege florestas e animais contra incêndios provocados pelo homem.
Pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal (INPP) só encontraram exemplares mortos de Helicops boitata em áreas pantaneiras atingidas por incêndio. Após o período de emergência, nenhuma serpente d’água dessa espécie foi identificada.
No estudo, realizado nas cidades de Barão de Melgaço e Poconé, no Mato Grosso, e publicado na revista “Biodiversidade Brasileira”, os cientistas relataram que as cobras tinham sinais de morte por queimadura e por ebulição de corpos d’água.
A fauna brasileira é reconhecida mundialmente pela sua riqueza de espécies, proporcionando equilíbrio e beleza na natureza. Porém, algumas espécies, como a Helicops boitata, correm sérios riscos de extinção! Veja alguns
Ararinha Azul - Espécie endêmica do norte da Bahia, sofreu com a caça e com o corte indiscriminado de árvores da caatinga e chegou a ser considerada extinta em 2020. Mas, em junho de 2022 oito aves dessa espécie foram trazidas da Alemanha para reintrodução no Brasil.
Ararajuba - Ave verde e amarela que só existe na Amazônia entrou na lista das ameaçadas de extinção em 2016.
Ariranha - Mamífero do Pantanal, também é conhecida como lontra gigante e é caçada para obtenção da pele aveludada.
Lobo-Guará - Vive em savanas do centro-oeste do Brasil. Tem sofrido com a destruição do cerrado para ampliação da agricultura. É vítima de caça, atropelamento e doenças transmitidas por cães domésticos.
Pica-Pau Amarelo - Ave que só existe no litoral brasileiro, desde Alagoas até o Rio de Janeiro. Ameaçada pela destruição de seu habitat natural, com desmatamentos e queimadas.
Pica-Pau Cara de Canela - Ave que já foi comum no Paraná e em São Paulo, sofreu uma redução da população devido à caça, ao tráfico de animais e à destruição da Mata Atlântica.
Onça Pintada - Maior felino das Américas, essa espécie de felino é caçada por fazendeiros e sua pele tem grande valor no mercado mundial.
Sapo-Folha - Espécie da Serra do Timbó, na Bahia, tem apenas 4 cm e vem sendo afetada pelo desmatamento para cultivo de cacau e banana e também para criação de áreas de pastagem.
Muriqui-do-Norte - É o maior primata das Américas, chegando a pesar 15 kg. Só é encontrado na Mata Atlântica e sofre com o desmatamento e a caça.
Macaco-Prego Dourado - Natural da Mata Atlântica, habita unidades de conservação na Paraíba e no Rio Grande do Norte. E tem sido tratado por especialistas num grande esforço pela preservação da espécie.
Mico-Leão Dourado - Há décadas sofre ameaça de extinção e os poucos que ainda existem vivem em florestas do Rio de Janeiro. Projetos de conservação têm conseguido impedir o fim da espécie, com muito esforço.
Tatu-Bola - Animal da Caatinga, sua população foi reduzida em 45% em 20 anos. A caça e a degradação ao ambiente em que eles vivem são as causas do risco de extinção do animal, que vem sendo protegido por organizações não governamentais.
Jacaré do Papo Amarelo - Sua população tem reduzido muito nos últimos anos devido às queimadas e à poluição das águas no Pantanal.
Boto Cor-de-Rosa - O maior golfinho de água doce vive na Amazônia e faz parte, inclusive, da cultura popular: o folclore de que se transforma em homem que atrai as mulheres. Tem sido vítima de pesca predatória.
Curimatã - É um dos peixes mais comuns para refeição no Brasil. Mas a pesca de rede faz com que esse animal de água doce corra risco de extinção.
Pacu - Outro peixe comum no prato dos brasileiros, é vítima de pesca em épocas inapropriadas, quando deveria ser protegido pelo defeso para garantia da reprodução.
Tartaruga Cabeçuda - Vive na costa brasileira, principalmente no Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Rio de Janeiro. Bota os ovos no litoral e, muitas vezes, os ovos são destruídos nas praias, impedindo a reprodução.
Gato do Mato Pequeno - É menor do que os gatos domésticos: raramente passa de 50 cm de comprimento e pesa em média 2 kg. Natural do Norte e do Nordeste do Brasil, foi perdendo espaço com a ocupação de seu habitat por construções irregulares.