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Caça ilegal e seca matam dezenas de mamíferos aquáticos em cidade da Amazônia


A Sea Shepherd Brasil, ONG de defesa do oceano e da vida aquática, documentou a morte de 32 mamíferos aquáticos este ano em Coari, município que fica no interior do Amazonas.

Por Flipar
Divulgação Sea Shepherd Brasil

As mortes registradas foram de três espécies de animais aquáticos: boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis), tucuxi (Sotalia fluviatilis) e peixe-boi-amazônico (Trichechus inunguis).

Reprodução de vídeo Rede Amazônica

Em 2024, a ONG constatou a morte de 21 tucuxis, cinco botos-vermelhos, dois golfinhos não identificados e quatro peixes-bois. Segundo a Sea Shepherd Brasil , as mortes estão relacionadas à seca e à atuação predatória de seres humanos.

André Zumak/Instituto Mamirauá

A ONG, com a ajuda de autoridades ambientais, tem feito um monitoramento permanente em Coari em razão da seca histórica que afeta a região desde 2023.

Divulgação

Somada à ação humana, a seca já provocou a morte de 121 mamíferos aquáticos em menos de dois anos.

Flickr Ricardo Stuckert

Em Tefé, outra cidade amazonense, a junção desses dois fatores resultou na morte de 209 botos-vermelhos e tucuxis, espécie de golfinho de água doce.

Divulgação Sea Shepherd Brasil

Carolina Castro, diretora de mídia do Sea Shepherd Brasil, destacou ao portal “Fauna News” que a ONG estabeleceu em 2024 um monitoramento de proteção aos animais da região.

Divulgação Sea Shepherd Brasil

‘Estima-se que a cada dia em campo, a equipe tenha prevenido a morte de cerca de 15 peixes-boi”, ressaltou Castro.

Youtube Canal Sea Shepherd Brasil

A caça a peixes-bois na região produz consequências fatais indiretas para as outras espécies.

Youtube Canal Sea Shepherd Brasil

Somente em um dia (29/10), a organização encontrou a carcaça de quatro animais aquáticos à deriva no rio Coari: um tucuxi e três botos-vermelhos.

Reprodução de vídeo Rede Amazônica

Nestes casos, a hipótese é que as mortes tenham ocorrido por encalhe em bancos de lama entre os rios Coari e Urucu. Essas formações são decorrência da seca nos rios.

Reprodução de vídeo Rede Amazônica

Há diversos registros de botos e tucuxis mortos com feridas pelo corpo, sem cauda, com sinais de arpão e de uso de redes, o que sugere que foram mortos durante a caça a peixes-bois na região.

Divulgação

O peixe-boi-amazônico é uma espécie de mamífero de água doce específico do estado. A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) classifica o animal como vulnerável à extinção.

Motokoka/Wikimedia Commons

A caça a essa espécie é proibida no Brasil desde 1967 pela Lei de Proteção à Fauna.

Reprodução

Apesar da proibição, em muitas regiões amazônicas a carne do peixe-boi ainda é consumida, o que estimula a caça ilegal do animal.

Youtube Canal Sea Shepherd Brasil

Desde a época da colonização portuguesa no Brasil há registro da caça ao peixe-boi-amazônico, o que provocou uma queda expressiva na população da espécie com o passar dos séculos.

Gerson Barreiros/Wikimedia Commons

O peixe-boi-amazônico tem pigmentação acinzentada no dorso e a barriga possui manchas de coloração variada, entre cinza-claro, branco e rosado.

Divulgação/Ampa

A espécie é menor que as outras de peixe-boi (420kg em média o adulto) e habita boa parte dos rios da bacia amazônica. Com gestação que dura 12 meses, é um tipo de animal solitário, raramente observado em bandos.

Divulgação/Inpa

Segundo os dados do censo de 2022 do IBGE, Coari tem 73.820 habitantes. A cidade situa-se na margem esquerda do rio Solimões.

William Ferreira/Wikimedia Commons

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