No sábado (16/11), após ter seu discurso em um evento do G20 interrompido por uma buzina de navio, Janja disparou: “Alô, acho que é o Elon Musk. Eu não tenho medo de você, inclusive, fuck you Elon Musk” ('f***-se, você', em português).
No X, rede social propriedade de Musk, o bilionário respondeu com emojis de risadas e completou: “Eles vão perder a próxima eleição“.
A fala da primeira-dama repercutiu em sites de notícia pelo mundo. “[...] Essa é uma campanha em que a gente não tem que ofender ninguém, não temos que xingar ninguém', disse o presidente e marido de Janja, Luiz Inácio Lula da Silva
No caso, Lula se referia à campanha da Aliança Global Contra a Fome, que acontece durante o festival do G20, no Rio de Janeiro.
No mesmo evento, Janja comentou sobre o homem que explodiu bombas na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
'A gente convidou o ministro Alexandre de Moraes que tem sido um grande parceiro nessa questão das fake news, por mais que seja difícil, ele está enfrentando', começou Janja, em sua fala.
'E por conta do que aconteceu em Brasília, inacreditavelmente essa semana, e o ‘bestão’ lá acabou se matando com fogos de artifício, mas enfim. Incrível”, emendou a primeira-dama.
Integrantes do governo têm colocado em dúvida a necessidade das declarações, argumentando que, apesar de espontâneas, elas acabam gerando impactos negativos para o governo.
Além disso, o destaque dado à primeira-dama durante o show da Aliança Global Contra Fome e Pobreza já vinha causando desconforto entre os ministros.
Janja assumiu a organização do evento, chamou influenciadores e artistas próximos, e praticamente conduziu uma programação à parte, o que foi chamado nas redes sociais de 'Janjapalooza', em referência ao festival de rock independente Lollapalooza.
Na sexta-feira (14/11), quando Janja perguntou quem esteve no lançamento da Plataforma de Igualdade Étnico Racial na conferência, uma mulher gritou 'Janjapalooza', provocando risadas de algumas pessoas que lá estavam.
'Não, filha, é Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Vamos ver se consegue entender a mensagem, tá?', respondeu a primeira-dama.
Outra fala de Janja foi neste domingo (17/11), durante uma entrevista para a CNN. Ao citar exemplos dos Estados Unidos, do México e do Paraguai, ela disse que deveria ter direito a um gabinete formal, mas isso não acontece por 'machismo'.
'Se eu quiser produzir alguma coisa, uma carta, alguma coisa, eu pago do meu bolso e isso ninguém sabe. Eu pago do meu bolso a produção das coisas', declarou.
Essa não foi a primeira vez que Janja falou sobre o assunto. Em novembro de 2023, ela disse: 'Falam muito de eu não ter um gabinete, mas precisamos recolocar essa questão. Nos EUA, a primeira-dama tem'.
Em abril de 2023, Janja provocou polêmica no caso da taxação de produtos importados ao dizer que a medida afetaria empresas e não os consumidores.
Conhecida popularmente como Janja, Rosângela Lula da Silva é socióloga e nasceu em União da Vitória, no Paraná.
Janja se formou em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) com especialização em História, e fez MBA em gestão social e sustentabilidade.
Janja atuou em programas de desenvolvimento sustentável na hidrelétrica de Itaipu e na Eletrobras, antes de se tornar a terceira esposa de Luiz Inácio Lula da Silva.
Embora já se conhecessem desde os anos 1990, Janja e Lula iniciaram um relacionamento durante as vigílias em apoio ao ex-presidente enquanto ele estava preso em Curitiba.
Eles oficializaram o namoro após sua libertação, em 2019, e se casaram em maio de 2022. Janja assumiu o papel de primeira-dama a partir de janeiro de 2023, quando Lula tomou posse da presidência do Brasil.