A suspeita é que tutores abandonem os lagartos em áreas de mata quando eles crescem demais. Os lagartos invasores têm até 1,5 metro de comprimento. E a preocupação é que os animais possam causar estragos ao ecossistema local.

Os lagartos são répteis com mais de 5.000 espécies espalhadas pelo mundo, exceto na Antártida. Com grande diversidade de tamanhos, formas e cores, esses animais possuem geralmente um corpo alongado, cauda e quatro patas, mas há espécies com patas reduzidas ou ausentes. A pele escamosa protege contra predadores e impede a desidratação.

Adaptados a diferentes habitats, os lagartos vivem em desertos, florestas, montanhas e áreas urbanas. Podem ser terrestres, arborícolas e até aquáticos. Suas dietas variam conforme a espécie e vão de insetos a frutas e pequenos animais. Muitos podem soltar a cauda ao se sentirem ameaçados, uma habilidade de defesa chamada autotomia.

Ecologicamente, os lagartos ajudam no controle de pragas e equilibram cadeias alimentares. Algumas espécies são populares como pets, como o gecko-leopardo e o dragão-barbudo, devido à docilidade. Contudo, lagartos maiores, como os monitores, exigem cuidados complexos e não são recomendados como animais de estimação, pois podem ser perigosos e difíceis de manter

Veja agora algumas das principais espécies de lagartos, sua origem, onde vivem e se são adequados para domesticação.

TEIÚ (Salvator merianae) - Origem: América do Sul, especialmente Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Vive em florestas, savanas e áreas rochosas, sendo muito comum no Brasil. É justamente a espécie que acabou sendo detectada na Carolina do Sul, causando o alerta.

Os teiús são grandes lagartos, chegando a medir 1,5 metro. Têm escamas duras, com manchas pretas e brancas pelo corpo. São onívoros, comendo desde frutas até pequenos animais e ovos. São conhecidos por sua inteligência e habilidade de aprendizado.

Embora sejam mantidos como pets em alguns lugares, são lagartos que podem ser agressivos quando se sentem ameaçados. Exigem um ambiente amplo e uma dieta variada e balanceada. A interação com humanos pode ser treinada, mas o animal não é “domesticável” no sentido estrito.

IGUANA-VERDE (Iguana iguana) - Origem: América Central, América do Sul e algumas partes do Caribe. Vive principalmente em florestas tropicais, mas também em áreas urbanas, desde o México até o sul do Brasil e Paraguai.

A iguana-verde é um dos lagartos mais conhecidos, podendo atingir até 2 metros de comprimento, com uma crista dorsal característica que percorre a espinha. Possui uma cauda longa que ajuda no equilíbrio e defesa e uma cor verde intensa (que pode variar em tom com a idade). É herbívora, com dieta de frutas, folhas e flores.

Pode ser mantido como animal de estimação, mas exige um ambiente específico e bastante espaço, além de cuidados e alimentação específicos. Apesar de tolerar a presença humana, não é exatamente “domesticável” como um cão ou gato e pode se tornar agressivo em situações de estresse.

DRAGÃO-BARBUDO (Pogona vitticeps) - Origem: Austrália, especialmente nas regiões desérticas e semiáridas. Habita áreas secas, savanas, desertos e florestas da Austrália central.

É conhecido por seu “colarinho” espinhoso em torno do pescoço que se expande quando está ameaçado. Pode crescer até cerca de 60 cm, incluindo a cauda, e tem uma coloração que varia entre tons de marrom e cinza, com algumas variações avermelhadas. É onívoro, comendo insetos, vegetais e frutas.

É um dos lagartos mais populares como pet, pois tende a ser dócil, aceita o manejo humano e adapta-se bem ao cativeiro. Exige um terrário com iluminação e temperatura controladas para simular seu habitat natural.

VARANO MALAIO (Varanus salvator) - Origem: Sudeste Asiático, em países como Tailândia, Indonésia e Filipinas. Comumente encontrado em florestas úmidas, perto de rios e lagos.

É um lagarto grande, com até 3 metros de comprimento. Sua pele é preta com marcas amarelas, e ele é um excelente nadador. É carnívoro, alimentando-se de peixes, pequenos mamíferos, aves e carniça.

Não é domesticável e não é recomendado como pet. Mesmo com criação em cativeiro, ele possui um temperamento agressivo e exige um ambiente complexo e de difícil manutenção, além de representar perigo devido ao seu tamanho.

GECKO-LEOPARDO (Eublepharis macularius) - Origem: Sul da Ásia, especialmente no Paquistão, Índia e Afeganistão. Vive em desertos e áreas rochosas secas.

É um lagarto pequeno, com cerca de 20 cm, que possui uma pele amarelada com manchas escuras, semelhante à de um leopardo. É popular como animal de estimação devido à sua docilidade, dieta simples (insetos) e fácil manejo. Não tem a habilidade de aderir a superfícies verticais, como outros geckos.

Pode ser considerado um dos lagartos mais adequados para domesticação. É dócil e geralmente tolera bem o contato com humanos. Vive bem em terrários pequenos e exige pouca manutenção.

ANOLIS-VERDE (Anolis carolinensis) - Origem: Estados Unidos, especialmente no sudeste, incluindo Flórida, Geórgia e Carolina do Norte. Vive em florestas tropicais, matagais e áreas urbanas, geralmente onde há vegetação para se esconder. Sua coloração varia de verde a marrom, dependendo do ambiente e do seu humor.

O anolis-verde é pequeno, com cerca de 12 a 20 cm de comprimento. Ele é conhecido pelo saco vocal vermelho que infla durante a comunicação e o acasalamento. Alimenta-se principalmente de insetos.

Embora seja pequeno e bonito, o anolis-verde é mais ornamental do que “domesticável.” Ele pode ser mantido em cativeiro, mas requer cuidados com a umidade e temperatura, além de ser um animal que não gosta de muito manuseio, preferindo observar seu ambiente do que interagir.

LAGARTO DO NILO (Varanus niloticus) - Origem: África Subsaariana. É comum em áreas próximas a fontes de água, como rios, pântanos e lagos, e habita tanto savanas quanto florestas.

O lagarto do Nilo pode atingir 2 metros de comprimento, com uma pele escamosa de padrão preto e amarelo. É carnívoro e alimenta-se de pequenos mamíferos, aves, répteis e carniça. É ágil na água e em terra, sendo um bom nadador e um caçador habilidoso.

Não é considerado domesticável e geralmente não é adequado como animal de estimação, especialmente devido ao seu tamanho e força. Mesmo com treinamento, ele mantém um instinto territorial e defensivo, além de necessitar de um grande espaço e ambiente complexo para viver bem.