Instantes antes da explosão que provocou a morte do homem, outros estrondos foram ouvidos em um carro que estava no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados.
Segundo as investigações, o veículo estava no nome de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos. De acordo com o Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, o homem morto é o dono do carro.
Conhecido como 'Tiu França', Francisco Wanderley Luiz concorreu ao cargo de vereador pelo partido PL nas eleições municipais de Santa Catarina em 2020, mas não conseguiu se eleger.
O incidente levou à suspensão temporária das atividades no STF e na Câmara e ao fechamento do Senado.
Segundo uma apuração da TV Globo, Francisco estava morando em uma casa alugada em Ceilândia, região que fica a 30 km da Praça dos Três Poderes.
A polícia informou que foram achados artefatos explosivos na residência semelhantes aos utilizados em frente ao STF.
Segundo o relato de um vigilante, o homem teria tentado entrar no prédio do STF e chegou a arremessar explosivos em direção ao edifício. Depois, ele deitou no chão e acionou um novo explosivo que estava acoplado em seu corpo.
Fundado em 1890, ainda durante o período de transição para a República, o Supremo Tribunal Federal (STF) é a mais alta corte do sistema judiciário brasileiro e desempenha um papel central na interpretação e garantia da Constituição Federal.
Em sua base, o STF foi instituído com a missão de ser o guardião da Constituição e de assegurar que as leis brasileiras estivessem de acordo com os princípios e direitos fundamentais estabelecidos pelo documento.
Ao longo de sua história, o Supremo Tribunal Federal esteve envolvido em decisões marcantes que moldaram a sociedade brasileira.
Durante o regime militar (1964-1985), por exemplo, o STF enfrentou restrições em sua atuação, mas também resistiu em alguns casos, se posicionando em defesa da ordem constitucional e dos direitos básicos.
Com a redemocratização e a promulgação da Constituição de 1988, o papel do STF foi ampliado, assumindo uma posição mais ativa no que se refere à fiscalização dos poderes executivo e legislativo.
Na prática, o STF passou a desempenhar um papel fundamental no equilíbrio entre esses poderes e na proteção dos direitos civis.
Atualmente, o STF é composto por 11 ministros, nomeados pelo presidente da República e aprovados pelo Senado.
As decisões do Tribunal têm impacto direto na vida dos brasileiros, pois abordam temas de grande relevância social, como direitos trabalhistas, minorias, liberdade de expressão e políticas públicas.
Nos últimos anos, STF também tem enfrentado uma série de desafios e críticas, principalmente por conta de uma maior politização da sociedade brasileira.
Em 8 de janeiro de 2023, milhares de manifestantes, instigados por discursos de ódio e desinformação, invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF em um dos episódios mais sombrios da história recente do Brasil.
Apesar disso, o órgão continua sendo um pilar fundamental na defesa dos valores democráticos e dos direitos essenciais dos cidadãos. Relembre algumas decisões históricas do STF!
Ação que reconheceu a união homoafetiva (2011): Em 2011, o STF reconheceu a união homoafetiva como entidade familiar, garantindo aos casais homoafetivos os mesmos direitos que os casais heterossexuais.
Lei Maria da Penha (2012): O STF confirmou a constitucionalidade da Lei Maria da Penha, de 2006, que criou mecanismos para coibir a violência doméstica contra as mulheres.
Ficha Limpa (2012): A Lei da Ficha Limpa, aprovada em 2010, estabeleceu que políticos condenados por órgãos colegiados ou que renunciassem para evitar a cassação seriam inelegíveis por oito anos.
Prisão Após Segunda Instância (2016 e 2019): Em 2016, o STF decidiu que a prisão após condenação em segunda instância era constitucional.
No entanto, essa decisão foi revista em 2019, quando o STF determinou que um réu só poderia ser preso após o trânsito em julgado, ou seja, quando não houvesse mais possibilidade de recurso.
A decisão afetou diversos casos de corrupção e teve grande repercussão na Operação Lava Jato (2014-2021), por exemplo.