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Turbulência em voo entre Argentina e Alemanha deixa 11 feridos


Uma forte turbulência durante voo entre Buenos Aires, na Argentina, e Frankfurt, na Alemanha, deixou 11 pessoas feridas no dia 12 de novembro.

Por Flipar
Kiefer/Wikimedia Commons

O Boeing 747-800 da Lufthansa, com 239 passageiros e 19 tripulantes, passou pela turbulência severa ao sobrevoar uma área famosa pelas condições meteorológicas adversas, a Zona de Convergência Intertropical (Z-CIT), na linha do Equador. Nela, os ventos do hemisférios norte e sul convergem, o que gera instabilidade.

Domínio Público

'Infelizmente, cinco passageiros e seis tripulantes sofreram, em sua maioria, ferimentos leves', comunicou a Lufthansa. A companhia alemã informou que a ocorrência não comprometeu a segurança do voo.

Julian Herzog/Wikimedia Commons

Outro episódio de forte turbulência aconteceu na madrugada do dia 1/7. Um avião da Air Europa teve que fazer um pouso de emergência depois que 30 pessoas ficaram feridas.

Alf van Beem - wikimedia commons

O avião tinha saído de Madri, na Espanha, e seguia para Montevidéu, no Uruguai, com 325 passageiros. Mas precisou pedir autorização para aterrissar no Aeroporto de Natal, no Rio Grande do Norte.

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Dez passageiros precisaram de atendimento hospitalar. Após os primeiros socorros, eles foram levados para o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, na capital do estado.

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O avião é do modelo Boeing 787-9 Dreamline. Ele pousou em Natal por volta de 2h30 da madrugada (de Brasília), segundo a Air Europa, 'por questões de segurança'.

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Não se sabe o motivo de tamanha turbulência neste caso específico. Mas um estudo britânico recente causou reações ao afirmar que as mudanças climáticas têm intensificado as turbulências em voos - e isso pode se agravar - por causa do aquecimento no planeta.

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O estudo foi feito por uma equipe de cientistas da Universidade de Reading, localizada no Reino Unido.

wikimedia commons Andrew Smith

Eles analisaram a turbulência conhecida como 'ar claro', que é mais desafiadora para os pilotos evitar, pois está associada ao aumento da temperatura potencial com a altitude.

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Os pesquisadores constataram um aumento de 55% na ocorrência de turbulência severa entre 1979 e 2020 em uma rota muito utilizada sobre o Atlântico Norte.

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Acredita-se que essa elevação esteja relacionada às mudanças na velocidade do vento em altitudes elevadas, resultado do aumento do calor causado pelas emissões de carbono.

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Essas diferenças de velocidade do vento ocorrem principalmente devido à disparidade de temperatura entre o equador e os polos.

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Segundo o professor Paul Williams, especialista em ciências atmosféricas e coautor do estudo na Universidade de Reading, foram mais de dez anos de pesquisa em torno do assunto.

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'Devemos investir em sistemas aprimorados de previsão e detecção de turbulência para evitar que o ar mais agitado se traduza em voos mais irregulares nas próximas décadas', disse Paul.

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O estudo a respeito do fenômeno foi publicado na revista Geophysical Research Letters.

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Os pesquisadores relataram que as áreas com maiores aumentos na turbulência incluem as rotas de voo nos Estados Unidos e no Atlântico Norte.

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No entanto, também foram observados aumentos significativos na Europa, Oriente Médio e Atlântico Sul.

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Apesar de não ser possível visualizar a turbulência diretamente por meio de satélites, esses equipamentos têm a capacidade de observar a estrutura e o formato da “corrente de jato”, o que permite sua análise.

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A “corrente de jato” é um sistema de vento forte que flui de oeste para leste, a uma altura de aproximadamente 8 a 11 km acima da superfície da Terra.

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Enquanto o radar é capaz de detectar a turbulência nas tempestades, a turbulência do ar claro é praticamente invisível e representa um desafio para a detecção.

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Além de serem desconfortáveis, voos turbulentos também podem causar ferimentos aos passageiros. A turbulência severa é muito rara, mas a turbulência de ar claro pode surgir a qualquer momento, quando os passageiros não estão com o cinto de segurança.

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'Ninguém deve parar de voar porque tem medo de turbulência, mas é sensato manter o cinto de segurança apertado o tempo todo, a menos que você esteja se movendo, que é o que os pilotos fazem', disse o professor Williams.

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Só nos EUA, a indústria da aviação perde anualmente entre US$ 150 milhões (R$ 728 milhões) e US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) por conta do desgaste das aeronaves em decorrência dos efeitos da turbulência.

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Além das consequências financeiras, há um custo ambiental, já que os pilotos queimam mais combustível ao tentar evitar as turbulências.

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