Flipar

Tumor raro altera cor da pele de jovem cearense e provoca disputa judicial


Sabrina Gomes, uma jovem cearense de 24 anos, descobriu em 2015 um tumor raro que trouxe efeitos colaterais intensos para sua saúde e virou disputa judicial. A história foi tema do programa dominical Fantástico, da Rede Gobo, em 10 de novembro.

Por Flipar
Reprodução de vídeo TV Globo

Quando tinha 15 anos, Sabrina recebeu o diagnóstico de um tumor no timo, órgão linfático entre os pulmões e próximo ao coração que regula o sistema imunológico.

Reprodução de vídeo TV Globo

Após a descoberta, Sabrina foi submetida a uma cirurgia para retirada do tumor. “Quando operaram, disseram que tinham tirado tudo. Pronto! Então, beleza, é seguir a vida, né”, declarou a Patrícia Gomes Lopes, mãe da jovem.

Reprodução de vídeo TV Globo

Passados dois anos da cirurgia, Sabrina voltou a sofrer com os sintomas e exames mostraram que o tumor não só seguiu em seu corpo como aumentou de tal forma que não poderia mais ser retirado por meio cirúrgico.

Reprodução de vídeo TV Globo

Para piorar o quadro, o tumor secreta o hormônio ACTH, que induz as adrenais a produzirem doses excessivas do hormônio cortisol. Essas glândulas estão situadas acima dos rins.

Reprodução de vídeo TV Globo

Essa superprodução de cortisol levou Sabrina a sofrer com a Síndrome de Cushing - doença endócrina provocada por elevados níveis do hormônio no organismo.

Reprodução de vídeo TV Globo

Entre os efeitos desses níveis exacerbados de cortisol podem estar queda da imunidade, com o risco aumentado de contrair infecções, elevação da pressão arterial e retenção de água.

Reprodução de vídeo TV Globo

“Se a gente não trata esse excesso hormonal, o paciente pode ir a óbito antes até do que devido a um crescimento tumoral”, explicou ao Fantástico Ana Rosa Quidute, professora da Faculdade de Medicina da USP.

Reprodução de vídeo TV Globo

Ana Rosa, que também é médica endocrinologista, fez em 2022 uma cirurgia em Sabrina para extrair as glândulas adrenais e eliminar a Síndrome de Cushing.

Reprodução de vídeo TV Globo

Com a cirurgia, Sabrina viu-se livre dos terríveis efeitos da superprodução de cortisol. No entanto, o tumor seguiu secretando ACTH. O hormônio, sem a regulação das glândulas adrenais, causam estímulos nas células que dão pigmentação à pele.

Reprodução de vídeo TV Globo

“Eu mudei de coloração muito rápido. Questão de meses, três, quatro meses”, contou Sabrina, referindo-se à pigmentação alterada de pacientes que têm superprodução de ACTH.

Reprodução de vídeo TV Globo

Para combater os impactos do ACTH na pele é preciso reduzir o tumor, mas radioterapia e quimioterapia não tiveram resultado no caso de Sabrina. A alternativa indicada pela médica seria o tratamento com aplicação pela veia de lutécio radioativo, capaz de destruir o tumor. Neste momento, entrou em cena o processo judicial.

Reprodução de vídeo TV Globo

Fabricado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, o lutécio radioativo precisa ser encomendado por demanda prévia e não consta da lista de medicamentos oferecidos pelo SUS. O preço da dose é da ordem de R$ 8 mil.

Reprodução de vídeo TV Globo

A família de Sabrina Gomes conseguiu uma liminar judicial, via Defensoria Pública, que obrigava o estado do Ceará a fornecer o remédio para a jovem.

Reprodução de vídeo TV Globo

No entanto, o processo se arrastou após o estado do Ceará entrar com um agravo contra a liminar.

Reprodução de vídeo TV Globo

Em oito meses, o tumor cresceu ainda mais e passou a pressionar a traqueia de Sabrina. O órgão do sistema respiratório é responsável por conduzir o ar para os pulmões.

Reprodução de vídeo TV Globo

Com dificuldades para respirar, Sabrina precisou passar por uma cirurgia de emergência para implante de uma prótese na traqueia, aumentando o espaço para passagem do ar.

Reprodução de vídeo TV Globo

No dia 9 de novembro, Sabrina foi internada no Instituto do Câncer, onde passa por uma avaliação para monitoramento de suas condições físicas até que esteja em condições de receber as doses de lutécio radioativo.

Reprodução de vídeo TV Globo

Isso porque, após a reportagem do Fantástico contatar a Secretaria de Saúde do Ceará, o estado notificou pelo Diário Oficial que o remédio foi contratado pelo Instituto do Câncer do Ceará.

Reprodução de vídeo TV Globo

“Eu quero terminar meus estudos. Quero tentar viver mais, conseguir viver minha vida normal um pouco”, desabafou a jovem.

Reprodução de vídeo TV Globo

Veja Mais