Ele foi assassinado com três tiros na cabeça em 9/8/23, enquanto participava de um comício de campanha, em Quito.
Nascido em Alausí, em 1963, Villavicencio iniciou sua carreira como jornalista, investigando casos de corrupção, especialmente relacionados à indústria petrolífera equatoriana.
Seus trabalhos revelaram esquemas de corrupção de grande escala, envolvendo políticos e empresários poderosos.
Seus discursos e denúncias o tornaram uma figura controversa, mas também muito admirada por aqueles que buscavam mudanças no país. Relembre o caso!
Villavicencio estava em um comício em uma escola na cidade de Quito quando, ao entrar em seu carro, foi surpreendido com disparos de armas de fogo. Além dele, nove pessoas ficaram feridas.
Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrou os últimos minutos do candidato com vida. Ele sai de uma escola, é ajudado por policiais a entrar no carro quando ouvem-se disparos e gritos.
'Ao manifestar a confiança de que os responsáveis por esse deplorável ato serão identificados, o governo brasileiro transmite suas sentidas condolências à família do candidato presidencial e ao governo e povo equatorianos', declarou o Itamaraty, na ocasião.
Na época, Fernando Villavicencio aparecia em quinto lugar em uma pesquisa de intenção de voto, segundo informações de um periódico equatoriano.
Pai de cinco filhos, ele era deputado até maio de 2023 e crítico do então presidente Guillermo Lasso. Villavicencio chegou a dizer que o Equador havia se tornado um 'narcoestado'.
Villavicencio chegou a ser condenado a 18 meses de prisão, em 2014, após acusar o ex-presidente Rafael Correa (foto) de crimes contra humanidade. Ele pediu asilo político no Peru alegando perseguição política.
Ele também é conhecido pelo caso 'Petrochina', investigação de caso de corrupção que mostrou um prejuízo milionário ao país, ainda sob governo Rafael Correa, com a venda de petróleo para a Ásia.
Dias antes de ser assassinado, Villavicencio revelou ameaças de grupos criminosos, mas, mesmo assim, se recusou a usar colete à prova de balas.
'[...] Vocês são um povo valente, e eu sou valente como vocês. [...] Disseram que vão me quebrar, que venham os chefes do tráfico de drogas, os mafiosos. Vão me quebrar? Podem me dobrar, mas nunca vão me quebrar', disse, na época.
Um dos suspeitos do assassinato foi morto a tiros e seis foram detidos, segundo informou as autoridades equatorianas. O grupo Los Lobos, considerada a segunda maior facção do país, reivindicou a autoria do crime.
Em 15/10/23, Daniel Noboa, de 35 anos, foi eleito o novo presidente do Equador com 52% dos votos, após vencer Luisa González no segundo turno das eleições.
Depois do episódio envolvendo Fernando Villavicencio, todos os candidatos foram votar usando colete à prova de balas.
O presidente anterior, Guillermo Lasso, estava enfrentando um processo de impeachment, o primeiro em anos recentes no país.
Lasso havia sido eleito em abril de 2021, com seu partido conquistando 12 assentos no Parlamento. Embora tivesse a possibilidade de se candidatar nas eleições que ele mesmo antecipou, ele decidiu não participar.