Segundo a mídia local, explosivos teriam sido colocados em pagers — dispositivos utilizados para receber mensagens antes dos celulares — do grupo extremista Hezbollah.
Tanto o Hezbollah quanto o governo libanês acusaram Israel de ter realizado uma ação coordenada.
Os dispositivos, importados da empresa Gold Apollo, com sede em Taiwan, teriam emitido um alerta simulando uma mensagem real antes de explodirem.
No entanto, a Gold Apollo afirmou que os pagers foram fabricados por uma empresa húngara, a BAC Consulting KFT, com sede em Budapeste.
Segundo o jornal 'The New York Times', autoridades receberam informações que sugeriam que Israel teria implantado explosivos em um lote de pagers destinados ao Hezbollah.
De acordo com a reportagem, foi colocada uma carga explosiva inferior a 50 gramas perto da bateria dos aparelhos, junto a um interruptor, permitindo que as explosões fossem acionadas mesmo à distância.
As explosões ocorreram ao longo de cerca de uma hora. O Hezbollah informou que uma criança e dois membros do grupo estão entre as vítimas fatais.
Câmeras de segurança em um supermercado de Beirute capturaram o momento de duas dessas explosões: uma ocorreu enquanto um homem realizava o pagamento no caixa, e a outra próximo a uma área de frutas.
Uma das pessoas feridas pelas explosões foi o embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani. De acordo com informações da embaixada, ele sofreu apenas ferimentos leves.
A Cruz Vermelha Libanesa mobilizou mais de 50 ambulâncias e enviou 300 profissionais de emergência para prestar assistência às vítimas.
Após o incidente, o governo libanês solicitou que todos os cidadãos que ainda possuem pagers descartem os dispositivos imediatamente.
Um membro do Hezbollah, que preferiu manter sua identidade em sigilo ao falar com a Reuters, declarou que a explosão dos pagers representou a 'maior falha de segurança' que o grupo já enfrentou desde o início do conflito, em 7/10/23.
Pagers, também conhecidos como bipes, são dispositivos eletrônicos portáteis que foram muito populares nas décadas de 1980 e 1990, embora tenham sido desenvolvidos ainda nas décadas de 1950 e 1960.
Eles funcionavam por meio de transmissões de rádio, permitindo o envio e recebimento de mensagens curtas.
Ao receber uma mensagem, o pager emitia um som característico (o famoso 'bip') ou vibrava para alertar o usuário.
Cada pager tinha um código próprio, semelhante a um número de telefone.
No entanto, a comunicação não era tão direta quanto enviar um WhatsApp ou SMS. Para enviar uma mensagem, era necessário ligar para uma central telefônica e informar ao operador o código do destinatário.
Com a popularização dos celulares, os pagers se tornaram obsoletos, pois os celulares passaram a oferecem muito mais funcionalidades, como fazer e receber ligações e enviar mensagens mais longas.