Além de ampliar suas funções, já que são usados para detectar minas terrestres e tuberculose, a iniciativa combate um mercado ilícito que movimenta cerca de US$ 20 bilhões anuais, segundo a Interpol.
Esses ratos, que podem chegar a um metro de comprimento, foram treinados pela ONG Apopo para detectar o cheiro de produtos ilegais da vida selvagem, como presas de elefantes e chifres de rinoceronte.
Em testes, os ratos se saíram bem em um porto de Dar es Salaam, a maior cidade da Tanzânia. Eles sinalizam o contrabando puxando uma bola em seus coletes, emitindo um alerta sonoro.
O treinamento de cada rato desses custa em média entre 7 mil e 8 mil dólares, sendo, ainda assim, mais econômico do que investir em equipamentos eletrônicos.
Essa semana, um rato foi notícia por outros motivos: a possibilidade de arruinar um ecossistema inteiro. Ao menos esse é o medo de moradores de uma ilha remota de 350 habitantes no Alasca, Estados Unidos.
Habitantes da ilha St. Paul, situada a cerca de 320 quilômetros da costa do Alasca, estão empenhados em caçar o tal roedor que um morador teria avistado.
A ilha, parte do arquipélago Pribilof, é um verdadeiro refúgio natural no Mar de Bering devido à sua incrível diversidade de aves — são cerca de 300 espécies registradas por lá.
Tudo começou quando, em junho, um habitante da ilha notificou as autoridades ao supostamente avistar um rato no edifício onde reside.
Agentes da vida selvagem realizaram uma inspeção minuciosa e chegaram a se arrastar pelo chão atrás de vestígios do roedor.
Além disso, instalaram câmeras e armaram armadilhas com manteiga de amendoim para tentar capturar o intruso indesejado, mas nada de encontrar o ratinho.
A maior preocupação é justamente pelo fato de a ilha ser um refúgio para diversas espécies de aves, já que ratos se alimentam de ovos, filhotes e até de adultos, dependendo da espécie.
Entre as mais ameaçadas estão o papagaio-do-mar e o auklet, um tipo de periquito.
A ilha tem investido recursos em armadilhas, horas extras para os agentes 'caçadores' e sistemas de monitoramento. Só que esse esforço já se estende por meses...
De acordo com o Escritório de Conservação de Ecossistemas, todo esse empenho é justificado, pois o custo dessa mobilização é muito menor que o de uma operação de erradicação, que poderia alcançar cifras milionárias.
O último registro de um rato em St. Paul ocorreu em 2018, quando as autoridades levaram quase um ano para localizar o pequeno animal em um armazém no porto.
Esses roedores costumam chegar à ilha trazidos por embarcações. Segundo especialistas, apenas um casal é suficiente para desencadear uma infestação.
A ilha está considerando até mesmo abrir mão de uma antiga tradição para agilizar a captura do rato. Isso porque, eles estão avaliando a entrada de um cão farejador — cachorros são proibidos na ilha desde 1976.
As autoridades já até fizeram um pedido formal ao Departamento de Agricultura dos EUA e agora aguardam a aprovação.
Ratos são considerados uma praga em muitas regiões do mundo devido aos danos que causam tanto ao meio ambiente quanto à saúde pública.
Esses animais são onívoros, ou seja, alimentam-se de uma variedade de itens, desde cereais e alimentos processados até lixo, o que facilita sua sobrevivência em praticamente qualquer ambiente.
Eles são conhecidos por roer estruturas, danificar plantações e invadir depósitos e casas, contaminando alimentos com urina e fezes.
Além disso, ratos são vetores de várias doenças, como leptospirose, hantavírus e peste bubônica, que podem se espalhar rapidamente em ambientes urbanos.
As espécies mais comuns, como o rato-preto (Rattus rattus) e o rato-marrom (Rattus norvegicus), têm se espalhado pelo mundo principalmente por meio das atividades humanas.
Algumas medidas preventivas como manter os ambientes limpos, guardar os alimentos em recipientes fechados e vedar frestas e buracos em paredes podem ajudar a controlar a entrada de ratos.