Há quem defenda que a coleira - que muitos preferem chamar de 'cordão de confiança' - é algo que auxilia para a tranquilidade dos pais, impedindo que a criança saia correndo em local de risco. Mas outros criticam esse tipo de comportamento.
Um vídeo que circulou no TikTok em 2023 gerou uma grande controvérsia na internet não apenas por causa da coleira, mas devido ao comportamento da mãe, que estava arrastando o filho pelo chão. O FLIPAR mostrou na ocasião .
Muitos internautas acharam a cena perturbadora e criticaram a atitude da mãe, acusando-a de ser abusiva e inadequada.
“Esta mãe é horrível. Ela está abusando da criança” , 'Eu não conseguiria arrastar meu filho pelo chão sujo'. e 'Prefiro pegá-lo no colo” foram alguns dos comentários.
Já outros usuários defenderam a mãe e o uso da coleira, alegando que o acessório - embora originalmente associado à utilização para animais - pode ser importante para manter as crianças seguras.
O debate em torno do assunto é complexo e gera muitas dúvidas de todos os lados. Veja as vantagens e desvantagens de cada lado:
Mais segurança: as coleiras podem ajudar a prevenir que as crianças se percam ou se machuquem, especialmente em locais muito cheios, por exemplo.
Independência: há quem diga que as crianças podem se sentir mais independentes ao usar uma coleira, porque elas poderiam explorar sem ter que estar o tempo todo de mãos dadas com os pais. Porém, na coleira, não estão exatamente soltas...
Tranquilidade: com as coleiras, os pais têm a tranquilidade de saber que seu filho está por perto o tempo todo.Mesma sensação que eles têm quando levam os pets para passear.
Mal visto: por outro lado, algumas pessoas veem o uso dessas coleiras como algo abusivo, o que pode gerar julgamentos e críticas.
Dependência: outro ponto negativo é que as crianças podem se tornar dependentes da coleira e terem dificuldade de desenvolver as habilidades necessárias para se mover com segurança sem ela.
Uso inadequado: existe a chance de o dispositivo ser usado de maneira incorreta, causando sofrimento ou desconforto desnecessários para a criança, exatamente como foi visto no vídeo que viralizou. Acima, uma imagem que repercutiu: pet no carrinho de bebê e criança na coleira.
Em alguns países, como os Estados Unidos, é até comum o uso de coleiras infantis. Em um episódio da série “Modern Family”, Cameron e Mitchell utilizam a coleira em sua filha Lily durante um passeio na Disney.
Apesar do nome, a coleira infantil não tem contato com o pescoço da criança e existem diferentes modelos que funcionam como coletes, mochilas ou pulseiras com guias acopladas para o adulto segurar.
Alguns especialistas dizem que o uso da coleira infantil pode limitar o espaço para a criança caminhar e não contribuir para o desenvolvimento cognitivo dos pequenos.
Há especialistas que consideram que o método é válido em situações de risco, quando os pais estão sozinhos, mas pode ser substituído pelo diálogo e estabelecimento de regras para os cuidados com a criança.
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei federal brasileira criada em 1990, existe uma série de medidas para assegurar os direitos das crianças, incluindo a proteção contra a violência, exploração e negligência.
O ECA é considerado uma das legislações mais avançadas do mundo na proteção da infância e adolescência, pois reconhece que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos e não objetos de tutela do Estado ou da família.
Pessoas que defendem o uso do objeto dizem que ele cumpre a mesma função do carrinho de bebê, mas permite maior mobilidade.
Usar a “coleira” de forma excessiva, contudo, pode mascarar dificuldades na educação dos pequenos. Um consenso é certo: se usado, o acessório deve vir acompanhado de moderação e, principalmente, orientação.