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Pé encontrado no Everest pode ser de alpinista desaparecido há um século na maior montanha do mundo


Documentaristas da National Geographic encontraram uma bota com restos de um pé numa área do Monte Everest por onde, de acordo com relatos históricos, o alpinista Andrew 'Sandy' Irvine (foto) tentou chegar ao cume da montanha mais alta do mundo. Seu desaparecimento é um dos mistérios do alpinismo, pois não se sabe até hoje se ele conseguiu alcançar o feito.

Por Flipar
Domínio público

Andrew estava com o amigo George Mallory em junho de 1924 numa expedição para conquistar a montanha. Eles foram pegos por uma avalanche. O corpo de Mallory (foto) foi achado em 1999, mas Irvine continuou sumido.

Domínio publico

O fotógrafo Jimmy Chin, da National Geographic - um dos veículos de maior credibilidade na divulgação de notícias científicas - mostrou a bota que estava com os restos de um pé. A família do alpinista já se dispôs a ceder material genético para exame de DNA.

Divulgação National Geographic

Da mesma forma , a National Geographic exibiu uma peça encontrada pela equipe que tem as iniciais A.C (Andrew Comyn) e o sobrenome Irvine.

Jimmy Chin - Divulgação National Geographic

Montanha mais alta do mundo, o Monte Everest, com seu pico a a 8.848 metros de altitude, atrai centenas de alpinistas anualmente. Mas um problema cada vez mais severo vem deixando os ambientalistas preocupados com a integridade da região: justamente a presenca de cadáveres nos percursos.

Reprodução Instagram @tenzi_sherpa1999

A presença de corpos na montanha é tão comum que alguns se tornaram marcos nas rotas a serem seguidas nas escaladas.

- Wikimedia Commons

Além disso, há um acúmulo monumental de resíduos. O Everest virou o mais alto depósito de lixo do planeta. Estima-se que, a cada temporada, cerca de 50 toneladas de lixo sejam deixadas no Everest e 75 toneladas sejam produzidas no acampamento base.

Reprodução Instagram @tenzi_sherpa1999

A dificuldade de acesso complica a organização de um sistema eficaz de coleta e reciclagem. O jornal britânico Daily Mail publicou que, anualmente, entre 900 e 1.000 toneladas de resíduos sólidos são levadas ao parque pelos turistas. O Exército do Nepal faz limpeza do local.

Reprodução Instagram @tenzi_sherpa1999

Por isso, uma medida recente é a obrigatoriedade de os alpinistas retornarem da escalada carregando as fezes num saquinho apropriado. Esse recipiente contém um produto químico que retira o mau cheiro e preserva as fezes para que elas sejam 'conferidas' .

Reprodução Instagram

A medida foi tomada porque o governo recebeu queixas sobre o mau cheiro na montanha e fezes visíveis sobre as rochas, já que a temperatura de 60 graus negativos impede a deterioração. Há até um caminho que já é chamado de 'trilha do papel higiênico'.

Reprodução Instagram

Em uma postagem que viralizou na internet, o alpinista Tenzi Sherpa definiu assim um trecho da montanha nepalesa: 'Acampamento mais sujo que já vi'.

Reprodução Instagram @tenzi_sherpa1999

Tenzi Sherpa é guia de trekking ('caminhada') no Everest desde 2019 e compartilhou um vídeo no Instagram para mostrar o lixão na montanha.

Reprodução Instagram @tenzi_sherpa1999

Em entrevista à revista Newsweek, Sherpa disparou: 'Acho que o governo deveria estabelecer regras rígidas para aqueles que deixam lixo no Everest. E elaborar um projeto de campanha de limpeza mais eficaz'.

- Reprodução Youtube

O cenário de detritos é sortido, com barracas abandonadas, instrumentos de escalada, cilindros de oxigênio vazios, lixos plásticos, sapatos, talheres (!!!) e quantidade assombrosa de excrementos.

- Creative Commons/Dominio Publico /Hippopx.com

Antes de iniciar a escalada, os alpinistas devem fazer um depósito de coleta de lixo para o governo do Nepal no valor de 4 mil dólares . O montante é devolvido integralmente ao fim da expedição caso o turista acondicione na bagagem oito quilos de resíduos.

- Creative Commons/Dominio Publico /Hippopx.com

De acordo com a National Geographic Society, oito quilos são o peso médio de lixo produzido por uma pessoa durante a escalada da montanha.

Reprodução Instagram @tenzi_sherpa1999

O documentário Everest Sustentável, exibido no Canal Off em 2020, mostrou ação de moradores de uma comunidade local para triturar o lixo. Eles sugerem a turistas que levem de três a quatro quilos desses resíduos para o sistema de coleta do aeroporto.

Vyacheslav Argenberg/Wikimedia Commons

Localizado na Cordilheira do Himalaia, entre o Tibet e o Nepal, no continente asiático, o Monte Everest se formou há mais de 60 milhões de anos.

Mick Lissone / public domain pictures

O nome pelo qual é conhecido atualmente é uma homenagem ao geógrafo George Everest (1790 - 1866). Antes, a montanha era conhecida como Pico XV.

shrimpo1967 - Papa Lima Whisley - wikimedia commons

Desafio para alpinistas do mundo inteiro, o Everest tem duas rotas de acesso principal, uma pela sudeste do Nepal e outra via nordeste do Tibete.

Markrosenrosen wikimedia commons

Há pouco mais de 50 anos, em 29 de maio de 1953, o neozelandês Edmund Hillary e o guia nepalês Sherpa Tenzing Norgay foram os primeiros aventureiros que de forma documentada completaram a escalada do Everest com sucesso

Jamling Tenzing Norgay/Wikimedia Commons

Em maio de 2024, o guia nepalês Kami Rita Sherpa, de 54 anos, escalou o Everest pela 30ª vez, um recorde na história da montanha. A informação é da autoridade de turismo do Nepal.

Reprodução/Instagram

O alpinismo é importante fonte de renda no Nepal, pois movimenta o turismo na região, já que muitos trabalhadores atuam como guias na região montanhosa. O país possui oito dos 14 picos mais altos do mundo.

Reprodução/Instagram

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