Deixando um cenário de caos, as chuvas provocaram enchentes que cobriram carros, ruas e residências.
No sul da Andaluzia, um trem de alta velocidade com quase 300 passageiros chegou a descarrilar. Segundo o governo regional, ninguém ficou ferido.
Para apoiar as equipes de emergência, cerca de mil soldados foram mobilizados.
O foco maior tem sido na região de Valência, a mais afetada pelo desastre, que já é considerado um dos piores dos últimos anos.
A maioria das mortes confirmadas até agora ocorreu na parte leste de Valência, enquanto as operações de resgate continuam à procura de desaparecidos.
Na cidade de Mira — província vizinha de Castela-La Mancha —, ao menos uma mulher morreu. Seis pessoas seguem desaparecidas na área de Albacete.
Em algumas áreas, o volume de chuva que caiu em menos de 24 horas superou a média de um mês, paralisando serviços de transporte ferroviário e aéreo, levando ao fechamento de escolas.
Ao longo de outubro, Valência geralmente registra em torno de 77 milímetros de chuva.
Segundo dados dos serviços meteorológicos europeus, só em Chiva, que fica a leste de Valência, foram registrados 320 mm de chuva em apenas quatro horas.
As águas invadiram casas, arrastaram carros por ruas alagadas e causaram grandes interrupções nas atividades no leste do país.
Nesta quarta-feira (30/10), várias áreas da Comunidade Valenciana ainda enfrentavam interrupções no fornecimento de telefonia e energia.
As autoridades pediram para que os moradores evitem circular pelas estradas da região. Algumas, inclusive, permanecem isoladas devido aos alagamentos.
'As pessoas que estão agora mesmo paradas ou bloqueadas, saibam que a ajuda vai chegar', declarou o governo regional de Valência.
'[...] Não é por falta de meios, nem por falta de predisposição, nem por falta de capacidade. Conseguir acesso ainda é um problema', explicou o presidente regional, Carlos Mazón.
Também nesta quarta-feira (30/10), a sessão do Congresso espanhol começou com um minuto de silêncio. A família real e o governo expressaram condolências.
'Desolados com as últimas notícias. Nossos mais sinceros pêsames aos parentes e amigos dos mais de 50 mortos. Força, ânimo e todo o apoio necessário para todos os afetados', manifestou a Casa Real espanhola por meio das redes sociais.
'Estou acompanhando de perto e com preocupação as informações sobre as pessoas desaparecidas e os danos causados pela tempestade', disse o primeiro-ministro Pedro Sánchez.
Ele retornava de um compromisso na Índia quando o incidente ocorreu. Será formado um comitê de crise para monitorar a situação.
A catástrofe de agora se tornou o mais letal na Espanha desde agosto de 1996, quando chuvas torrenciais causaram deslizamentos que destruíram o camping 'Las Nieves' em Biescas, na província de Huesca, resultando em 86 mortes.
Na Europa, é o episódio com o maior número de vítimas desde julho de 2021, quando enchentes na Bélgica e na Alemanha deixaram mais de 200 mortos e causaram prejuízos de bilhões de euros.
De acordo com cientistas, eventos meteorológicos dessa magnitude, como tempestades, furacões e ondas de calor, estão se tornando cada vez mais intensos devido às mudanças climáticas.