Batizado de Wolfgang, o macho pesa 36 kg e mede 160 cm. É o maior exemplar da espécie já registrado pelos pesquisadores em 14 anos.
O projeto visa entender a biologia reprodutiva e fisiologia do tatu-canastra. Para isso, emprega técnicas inovadoras de eletroejaculação, permitindo avaliar a qualidade do sêmen do animal.
Uma vez considerado vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a espécie apresenta um desafio para os cientistas dada a escassez de dados sobre sua reprodução.
O tatu-canastra é extremamente raro e inacessível em cativeiro, tornando essa pesquisa crucial para garantir a preservação dessa espécie.
Wolfgang passou por coleta de material genético para análise; avaliação de saúde completa; e implantação de um transmissor VHF para monitorar seu comportamento e habitat.
Distribuídos em cerca de 20 espécies, os tatus, membros da ordem Cingulata, são mamíferos fascinantes, encontrados exclusivamente nas Américas.
Caracterizados por suas carapaças ósseas, os tatus têm uma longa história evolutiva e uma diversidade de espécies adaptadas a diferentes habitats.
Os tatus são animais solitários, noturnos e escavadores, com hábitos alimentares que variam de acordo com a espécie. Em geral, eles se alimentam de insetos, vermes, pequenos vertebrados, frutos e vegetação.
Algumas espécies, como o tatu-peba (Euphractus sexcinctus), são conhecidas por sua habilidade em abrir ninhos de cupins e formigueiros.
A característica mais marcante dos tatus é a sua carapaça, composta por placas ósseas unidas por faixas flexíveis de pele.
Essa estrutura serve como uma eficaz proteção contra predadores, além de auxiliar na regulação da temperatura corporal.
A expectativa de vida dos tatus varia de acordo com a espécie, mas pode chegar a 12 anos em cativeiro.
Apesar de sua aparência pesada, muitos tatus são excelentes nadadores. Além disso, eles compensam o fato de terem uma visão precária com um olfato e uma audição aguçados.
Uma das espécies mais conhecidas é o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), também chamado de tatu-de-nove-bandas, encontrado desde os Estados Unidos até a América do Sul.
Outra espécie notável é o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), que possui a habilidade única de se enrolar completamente em uma bola para se proteger de ameaças.
O tatu-bola é encontrado principalmente no Brasil, nas regiões da Caatinga e Cerrado. Essa espécie está ameaçada de extinção devido à perda de habitat e à caça.
O tatu-canastra (Priodontes maximus) é a maior espécie de tatu, podendo chegar a 1,5 metro de comprimento e pesar até 60 kg. Ele vive em florestas tropicais da América do Sul e é considerado vulnerável à extinção.
Por sua grande habilidade em escavar, ele passa a maior parte do tempo no subsolo. Sua carapaça é mais rígida do que a das outras espécies.
Os tatus desempenham um papel importante no ecossistema, principalmente por suas habilidades de escavação, que ajudam na aeração do solo e na criação de refúgios que outros animais utilizam.
No entanto, muitas espécies de tatu estão ameaçadas pela caça e pela destruição de seus habitats naturais.
Além de algumas culturas consumirem a carne de tatu, o avanço das fronteiras agrícolas tem reduzido seu território.
Além de sua importância ecológica, o tatu desperta curiosidade por suas características únicas, como o fato de algumas espécies — como o tatu-galinha — darem à luz a filhotes geneticamente idênticos.
Isso ocorre porque, normalmente, essa espécie gera gêmeos a partir de um único óvulo fecundado que se divide.