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Por motivo 'improvável', Japão não se adapta à jornada de 4 dias de trabalho


A adoção de uma jornada de trabalho reduzida para 4 dias por semana tem ganhado popularidade em vários países, mas nem todos se adequaram ao sistema.

Por Flipar
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No Japão, o tema é discutido desde 2021, mas enfrenta dificuldades, não por parte do governo ou empresas, mas dos próprios trabalhadores, que resistem à ideia.

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Isso porque, apesar de 85% das empresas no Japão garantirem dois dias de folga por semana e limitarem horas extras, muitos funcionários realizam horas extras não remuneradas.

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Nesse caso, é possível que a resistência aos 4 dias de trabalho no Japão esteja relacionada ao desejo de manter os chefes satisfeitos e assim evitar riscos de demissão.

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Na Bélgica, o programa também não deu certo. Porém, o modelo adotado pelo país europeu foi um pouco diferente da proposta inicial.

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A Bélgica seguiu a regra de 4 dias de trabalho, mas com 10 horas por dia, totalizando as mesmas 40 horas por semana.

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Os números mostram que a mudança não foi bem aceita pelos funcionários belgas.: apenas 0,5% solicitaram a permanência neste modo de trabalho.

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Vale lembrar que, em muitos países, é lei o funcionário trabalhar no máximo 8 horas por dia. O caso da Bélgica, com 10 horas diárias, tende a apresentar estresse e falta de produtividade após muitas horas trabalhando.

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No Reino Unido, o projeto-piloto “The 4-Day Week Global” foi realizado em 2022, e testou a implementação da semana de trabalho de 4 dias em 61 empresas com cerca de 2.900 funcionários.

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Nessa modalidade, os profissionais recebiam 100% do salário trabalhando 80% do tempo, comprometendo-se a manter 100% de produtividade, em um modelo conhecido como 100-80-100.

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De acordo com o relatório final, 92% das empresas participantes decidiram manter o modelo de trabalho mais curto.

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Empresas de diferentes segmentos, como educação, bancos, tecnologia, recursos humanos e varejo, aderiram voluntariamente aos testes, e a média de receita das companhias cresceu até 35% na comparação com o mesmo período dos anos anteriores.

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Além disso, o modelo de quatro dias por semana contribuiu para reter talentos, reduzindo o número de profissionais que deixaram as empresas em 57%.

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Entre os funcionários, 90% afirmaram que desejam continuar trabalhando nesse formato, e 15% afirmaram que nenhuma quantidade de dinheiro seria suficiente para aceitar um próximo trabalho com cinco dias de trabalho.

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O relatório também destacou os benefícios à saúde dos trabalhadores, incluindo a redução do estresse crônico e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

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Aqui no Brasil a ideia ainda engatinha, mas algumas startups já começaram a testar o modelo e em breve serão divulgados os resultados. Veja como o programa se saiu em outros países pelo mundo!

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Islândia: Entre 2015 e 2019, a Islândia realizou um projeto semelhante ao que será implementado na Bélgica, testando a redução da jornada semanal de 40 para 35 ou 36 horas, mantendo a mesma remuneração para 2.500 trabalhadores.

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Os estudos concluíram que houve uma melhora significativa no bem-estar dos trabalhadores, otimização dos processos de trabalho e uma cooperação mais estreita entre colegas. Em grande parte, a produtividade permaneceu a mesma ou até aumentou.

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Com o fim do projeto, sindicatos e associações iniciaram negociações para a redução permanente da jornada de trabalho, o que atualmente beneficia cerca de 86% dos trabalhadores na Islândia com a opção de trabalhar uma semana de quatro dias.

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Escócia: A Escócia ainda está em fase de testes da jornada de quatro dias de trabalho. As empresas que participam do projeto recebem um apoio do governo de cerca de 10 milhões de libras esterlinas.

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Suécia: A Suécia testou o modelo ainda em 2015 e as conclusões foram ambíguas. Alguns políticos acharam a implementação cara para os cofres do governo. Já algumas microempresas gostaram da ideia e até adotaram uma redução na carga horária.

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Espanha: No país Basco, cerca de seis mil funcionários de 200 pequenas e médias empresas poderão prolongar o fim de semana em um dia, com pagamento integral. O experimento deve durar um ano, mas ainda não tem data para começar.

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Itália: O governo italiano anunciou recentemente que pretende testar o projeto no país. O ministro das Empresas e do “Made in Italy”, Adolfo Urso, declarou que “já está disposto a refletir sobre o assunto”, desde que a política gere um aumento na produtividade.

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Portugal: O país tinha planos de testar o projeto no segundo semestre de 2023. Ao menos 90 empresas portuguesas já se inscreveram para participar do teste.

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Por mais que a semana de quatro dias ainda enfrente barreiras, a ideia já é uma tendência que pode transformar o futuro do trabalho.

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