Nas imagens, é possível ver que as tanajuras estão espalhadas tanto pela areia quanto nas águas do mar, especialmente na área onde as ondas se quebram.
Além dos insetos, o responsável pelo vídeo também identificou a presença de algumas caravelas-portuguesas entre elas.
Ao jornal A Gazeta, a prefeitura local confirmou a veracidade do vídeo e afirmou que o surgimento de tanajuras e caravelas na região está ligado ao período reprodutivo das espécies, somado à entrada do vento leste na costa.
'A tanajura, comum no município, realiza no início do período chuvoso o voo nupcial, onde o macho, após a cópula, acaba morrendo de fome e exaustão', explicou a Secretaria de Meio Ambiente de Aracruz.
Biólogos entrevistados pelo A Gazeta concordaram que é preciso fazer mais estudos para entender melhor o fenômeno.
'Na teoria delas [tanajuras], vai chover e o formigueiro ficará cheio de água. Então elas procuram voar para procurar novos parceiros e, assim, construir um novo formigueiro em outro local', disse o biólogo marinho Daniel Motta.
Segundo o especialista, as tanajuras são capazes de perceber mudanças na pressão atmosférica e na umidade, o que as leva a antecipar o voo para reprodução.
'Como elas chegaram pelo mar, a gente espera que essa população era de Vitória. Nessa revoada, elas não conseguiram se mover devido ao vento forte. Fracas e com fome, elas morreram no mar', concluiu.
Sobre a presença da caravela-portuguesa, a secretaria de Meio Ambiente do município comunicou que essa espécie não é comum nas praias da região.
Entretanto, variações na temperatura da água e nas correntes marítimas podem ter contribuído para seu aparecimento na praia.
A secretaria também ressaltou que os banhistas não devem tocar nas caravelas, já que, mesmo após a morte, elas podem provocar queimaduras. Saiba mais sobre esses animais que despertam curiosidade!
A saúva — popularmente conhecida como tanajura — é um tipo de formiga que pertence ao gênero Atta, muito conhecida no Brasil e em várias partes da América Latina por sua capacidade de cortar e transportar folhas.
Essas formigas vivem em colônias altamente organizadas, com uma divisão de trabalho entre as operárias, soldados, rainha e machos.
Uma das características mais marcantes das saúvas é a sua relação simbiótica com um fungo.
As operárias cortam folhas e as levam para o ninho, onde servem como substrato para o cultivo do fungo, que se torna o principal alimento da colônia.
Os ninhos das saúvas podem ser extremamente grandes, com várias câmaras subterrâneas interligadas. Em algumas espécies, os formigueiros podem chegar a ter milhões de indivíduos, tornando-as um dos insetos sociais mais numerosos.
As saúvas têm um papel importante na reciclagem de nutrientes no ambiente, já que ao cortar folhas, ajudam a promover a decomposição da matéria orgânica.
Contudo, quando em grande número, podem causar problemas econômicos, especialmente em plantações de eucalipto, cana-de-açúcar e outras culturas de grande valor comercial.
Já a caravela-portuguesa (Physalia physalis), é um organismo marinho fascinante e, ao mesmo tempo, perigoso.
Apesar de seu nome e aparência que lembram uma medusa, ela não é uma água-viva; na verdade, é uma colônia de organismos individuais que trabalham juntos em uma simbiose complexa.
A parte mais visível da caravela-portuguesa é uma estrutura flutuante cheia de gás, semelhante a uma vela. Essa estrutura permite que a colônia se mantenha na superfície da água, impulsionada pelos ventos e correntes marítimas.
Abaixo dessa estrutura flutuante, pendem longos tentáculos que podem se estender por mais de 30 metros. Além disso, sua coloração vibrante, geralmente azul, rosa ou arroxeada, serve como um aviso para os predadores sobre sua toxicidade.
Esses tentáculos são cobertos por células urticantes que liberam veneno ao entrar em contato com suas presas ou, eventualmente, com seres humanos. Os sintomas são: dor intensa, vermelhidão, inchaço e, em casos mais graves, dificuldades respiratórias e choque anafilático.