A informação foi divulgada após a participação do ator no encerramento dos Jogos Olímpicos de Paris, na França, por Jeff Zarrinnam, presidente do Hollywood Sign Trust, em entrevista à NBC Los Angeles.
“Normalmente, quando há filmagens aqui, ninguém tem permissão para tocar no letreiro de Hollywood. Essa foi a primeira vez que o letreiro de Hollywood foi realmente tocado”, afirmou. O vídeo foi gravado em março de 2024 para fazer parte da participação de Tom na cerimônia de encerramento das Olimpíadas.
O letreiro de Hollywood, que completou 100 anos em 1923, é um marco e Ãcone cultural americano com vista para Hollywood, Los Angeles, Califórnia. Ele está situado no Monte Lee, na área de Hollywood Hills nas montanhas de Santa MÃŽnica.
Ele foi escrito em letras maiúsculas brancas de 45 pés (13,7 m) e 350 pés (106,7 m) de comprimento. Além disso,o marco foi criado em 1921 e oficialmente inaugurado em 13 de julho de 1923 como peça publicitária da Câmara do Comércio.
Com isso, as 40 mil lâmpadas que o adornavam começaram a iluminá-lo em segmentos, alternadamente, o que os habitantes puderam realmente ler na encosta do Monte Lee foi: Hollywoodland.
A priori, o letreiro foi erguido para vender casas de um condomínio. A ideia inicial era que ele ficasse lá por um ano e meio, mas acabou se tornando um símbolo da cidade.
Virado para o sul, o letreiro se estende sobre uma cordilheira de quase 570 metros que separa Hollywood e boa parte de Los Angeles do Vale de San Fernando, ao norte.
Em 2002, o terreno de 55 hectares, localizado no Cahuenga Peak, foi posto no mercado pelos administradores da herança de Howard Hughes, dono do local desde a década de 1940.
Foi isso que os incorporadores imobiliários Tracy Shoults e Sydney Woodruff encomendaram ao proprietário da empresa de sinalização Crescent, Thomas Fisk Goff.
Eles tinham um novo projeto imobiliário para promover. Um eclético empreendimento semi luxuoso nas colinas do bairro conhecido como Hollywood,
O empreendimento era financiado por alguns dos empresários mais poderosos da época. Os magnatas das ferrovias Eli Clark e Moses Sherman e o proprietário do poderoso jornal Los Angeles Times, Harry Chandler.
Hollywoodland foi o nome dado a esse grupo de casas em quatro estilos específicos.: tudor ou inglês medieval, francês-normando, mediterrâneo e colonial-espanhol. Era digno de uma história ambientada no chamado 'velho mundo', apresentado como 'o reino da alegria e saúde'.
Foi idealizado como um local 'longe do turbilhão da existência humana', 'a conquista suprema na construção comunitária', o ambiente ideal para 'proteger a sua família e garantir a sua felicidade'.
Esses foram os termos destacadosvpor anúncios publicados no LA Times, como afirma em seu livro The Hollywood Sign: Fantasy and Reality of an American Icon (O letreiro de Hollywood: fantasia e realidade de um ícone americano) o professor universitário e historiador cultural Leo Braudy.
Na época, Los Angeles era uma metrópole com mais de meio milhão de habitantes e 106 mil veículos registrados. Número que, segundo a Administração Rodoviária Federal (FHWA), ultrapassaria os 800 mil até ao final da década.
Nos anos subsequentes, com a ascensão do cinema americano, principalmente em Los Angeles, o letreiro acabou ficando mundialmente famoso por aparecer em diversos filmes. Isso fez com que a prefeitura optasse por deixá-lo por lá.
Na ocasião, 80% da produção cinematográfica mundial teria seu epicentro em Hollywood. 'Esse foi o eixo da estratégia para promover a urbanização, e o letreiro luminoso no topo do cânion Beachwood foi a última de suas peças', disse o professor Braudy à BBC Mundo
O desenho original do letreiro foi obra do jovem publicitário John D. Roche. Depois, optou-se por modernizá-lo com uma tipografia sem serifa, muito distante das formas sinuosas do estilo art nouveau.
'Trabalhadores mexicanos fixaram cada letra em postes telefônicos levados ao local por mulas, completando em 60 dias tarefas que custaram US$ 21 mil (o equivalente a US$ 250 mil hoje, ou R$ 1,2 milhão)', escreve Braudy, professor da Universidade do Sul da Califórnia, em seu livro.
Episódios trágicos ajudaram para que o letreiro se transformasse em emblema, como o suicídio em 1932 da jovem Peg Entwistle, que a mídia noticiou como o de uma atriz atormentada por sua carreira. Ela tirou a vida pulando do letreiro e tinha apenas 24 anos.
'Não importa quais foram as suas motivações, ela pode ter sido a primeira a compreender o letreiro como um sÃmbolo e a torná-lo uma parte dramaticamente explÃcita da sua biografia', diz Braudy no seu livro.
As letras 'LAND' foram removidas em 1949, mas antes, em 1939, o letreiro ficou abandonado e se deteriorou, não sendo destruído por pouco. Ele foi projetado originalmente para ficar em pé somente por 18 meses e não passou por nenhuma reforma por décadas, entrando num estado de total decadência.
O Conselho do Patrimônio Cultural de Los Angeles declarou o letreiro como monumento oficial nº 111, em 1973. No final daquela década, a Câmara de Comércio de Hollywood entendeu que a placa exigia uma reconstrução completa, estimada em um quarto de milhão de dólares.
Entre nomes que ajudaram, estão Hugh Hefner, fundador da revista Playboy e o roqueiro Alice Cooper, porém vários nomes importantes também contribuíram para a reconstrução. Assim, as novas letras possuem 13,7 m de altura e variam entre 9,4 m e 12 m de largura.
O que mais contribuiu para tornar o letreiro um emblema foi sua aparição em filmes como Terremoto (1974), O Dia dos Gafanhotos (1975) e Superman: O Filme (1978).
A obra foi concluída em menos de três meses e custou cerca de US$ 250 mil, em valor atual – ou R$ 1,2 milhão). Para evitar qualquer tipo de alteração, o letreiro hoje está cercado por arame farpado, câmeras de vigilância e sensores de movimento.