Priscila, que tinha 29 anos, desapareceu no dia 9 de janeiro de 2004, após sair do trabalho para almoçar no local onde trabalhava no centro da cidade do Rio de Janeiro.

Dirigido por Eduardo Rajabally, o documentário fará críticas à maneira como a investigação foi conduzida. Um trailer foi divulgado.

A produção busca retratar quem era Priscila, explicar por que seus sobrinhos não tiveram a oportunidade de conhecê-la, e estimular a reabertura do caso com uma nova investigação.

Segundo Vitor Belfort, a falta de protocolos adequados para casos de desaparecimento na época fez com que a investigação fosse conduzida de forma equivocada.

'A morte faz parte da vida, mas desaparecimento não. Quando a Priscila saía, o Vitor saía, eu orava para tudo correr bem, para eles voltarem bem, mas nunca orei para ninguém não desaparecer”, desabafou Jovita Belfort, a mãe dos irmãos.

'Ela não foi abduzida. Alguém sabe. Pelo menos uma pessoa eu tenho certeza que sabe. Então estou na expectativa de um vizinho, de um amigo, de um parente falar: ‘agora eu posso falar, tenho mais segurança de falar, porque passaram-se 20 anos'”, comentou a mãe.

“Uma coisa que eu entendo é que a polícia insistiu unicamente em uma única linha de investigação. Isso é inaceitável, inexplicável”, analisou Vitor.

Além dos familiares, a série traz depoimentos de outros familiares e amigos de Priscila, além de jornalistas como Sonia Abrão e Gilberto Barros, que cobriram extensivamente o caso na época.

A série documental é parte de uma nova leva de conteúdos do Disney+ voltados para a região da América Latina.

O caso da irmã de Vitor chocou o país na época. O lutador e sua mãe iniciaram uma busca incessante, espalhando cartazes pela cidade e pedindo a colaboração da população.

A polícia foi acionada alguns dias depois, mas as investigações nunca apresentaram resultados conclusivos.

Ao longo dos anos, surgiram diversas teorias sobre o que poderia ter acontecido com Priscila. Algumas apontavam para a possibilidade de sequestro, enquanto outras especulavam sobre problemas de saúde mental ou envolvimento com drogas.

A partir de maio de 2004, o Disque Denúncia passou a oferecer uma recompensa de R$ 5 mil para quem tivesse pistas que levassem à Priscila. Foi a primeira vez que um desaparecimento teve uma quantia ofertada na história do RJ.

Em julho de 2004, o chefe do tráfico do Morro da Providência, conhecido como 'Dão', foi preso por suspeita de envolvimento no desaparecimento de Priscila. Porém, por falta de provas, ele foi solto cinco dias depois.

Em dezembro de 2004, uma denúncia vinda de Búzios, região dos lagos do RJ, afirmou ter encontrado um corpo carbonizado de uma mulher dentro de um carro, que seria de Priscila. No entanto, o exame de DNA deu negativo.

Uma mulher chegou a confessar o assassinato de Priscila em 2007, mas a polícia não conseguiu verificar a autenticidade dessa confissão.

Nascido em 1º de abril de 1977 no Rio de Janeiro, Vitor Belford começou sua carreira nas artes marciais ainda jovem e se destacou no MMA por seu estilo agressivo e poder de nocaute.

Ele foi um dos pioneiros do MMA no Brasil e foi campeão do UFC em duas categorias diferentes: peso-pesado e meio-pesado, tornando-se uma das grandes estrelas da organização.