Em 1971, o arqueólogo Italo Gismondi finalizou um trabalho que hoje é considerado um dos mais relevantes a respeito dessa civilização histórica: uma imponente maquete da Roma Antiga.
A maquete de Gismondi baseou-se em um mapa de 1901, do também arqueólogo Rodolfo Lanciani, retrata com fidelidade como era a paisagem de Roma no século 4 d.C., quando Constantino I era o imperador e a cidade chegou a sua maior extensão.
O trabalho foi encomendado por Benito Mussolini em 1933, antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, e levou 36 anos para ficar pronto. O ditador e líder fascista fez a encomenda para homenagear Augusto, o fundador do Império Romano.
Com pouco mais de 16 metros de comprimento, a maquete de gesso está exposta no Museu da Civlização Romana, na capital da Itália.
Segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”, o modelo, denominado “Plastico di Roma Imperiale” (“Maquete de Roma Imperial”, em português), serviu de base para o diretor Ridley Scott estruturar algumas cenas do filme “Gladiador” (2000).
Maquetes são representações em escala reduzida de um ambiente, objetos, projetos arquitetônicos, áreas urbanísticas ou sistemas.
O tradicional Museu do Ipiranga, em São Paulo, oferece aos visitantes a possibilidade de visualizar como era a capital paulista em 1841.
A maquete de São Paulo na época do Brasil Imperial foi encomendada ao artista holandês Henrique Bakkenist para comemorar o centenário da Independência do país, em 1922.
Hoje metrópole mais populosa do Hemisfério Sul do planeta, São Paulo era uma cidade mais simples, de arquitetura colonial, na primeira metade do século 19. A maquete mostra essa realidade bem distinta.
A maquete do acervo do Museu do Ipiranga passou por um processo de restauração para a comemoração do bicentenário da Independência, em 2022.
Em 1970, o arquiteto Assis Reis idealizou uma maquete de Salvador, capital da Bahia. O modelo está sob os cuidados da Fundação Mario Leal Ferreira e foi tombado pela Prefeitura da cidade em 2020.
No acervo do Museu de Israel, em Jerusalém, há uma maquete de 20m² que representa a cidade no chamado período do Segundo Templo (539 a.C. até 70 d.C.).
Inaugurada em 1966, a maquete da Terra Santa foi transferida para o Museu de Jerusalém em 2006 e está entre as atrações do local.
No Espaço Lúcio Costa, museu temático de Brasília, encontra-se uma maquete do Plano Piloto da capital federal, marco do planejamento urbano no Brasil. Ela foi construída em 1988.
Principal peça do museu, a maquete do Plano Piloto de Brasília foi danificado nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Com uso de pinças e escovas, a maquete passou por um processo de recuperação quase total.
Em Hamburgo, na Alemanha, o “Miniatur-Wunderland” (Museu de Miniaturas, em tradução livre) recorre a maquetes para representar cidades e pontos turísticos de diversas partes do planeta.
A principal atração do museu de Hamburgo é a maior linha férrea em miniatura do mundo, maquete ferroviária com mais de 7 quilômetros de extensão.
Na arquitetura, as maquetes têm muita importância nos estudos e também em projetos. No mercado imobiliário, elas ainda são usadas amplamente na demonstração das incorporadoras aos clientes de como empreendimentos ficarão quando terminados.
Na educação, maquetes são utilizadas em escolas para facilitar a compreensão dos estudantes ao tornar visíveis pontos ensinados em classe. Os modelos tridimensionais aproximam crianças e adolescentes da realidade concreta.