O evento, marcado pela violência e pela perda de vidas, deixou uma profunda cicatriz nos Jogos Olímpicos e na comunidade internacional. Relembre esta história!
Em 5 de setembro de 1972, um grupo de oito terroristas palestinos, membros da organização chamada Setembro Negro, invadiu a Vila Olímpica e fez 11 membros da delegação israelense reféns.
O ataque começou nas primeiras horas da manhã, quando os terroristas, vestidos como atletas, escalaram uma cerca e entraram no complexo onde os competidores israelenses estavam hospedados.
Os terroristas mataram dois atletas israelenses logo no início do ataque e fizeram os outros nove reféns.
Eles exigiam a libertação de 234 prisioneiros palestinos detidos em Israel, além de dois militantes da facção Baader-Meinhof presos na Alemanha Ocidental.
À noite, foi organizada uma tentativa de resgate que envolveu a transferência dos reféns e terroristas para o aeroporto militar de Fürstenfeldbruck, onde as autoridades planejavam uma emboscada. Mas a operação foi mal planejada e mal executada. Os terroristas perceberam, e a situação rapidamente se deteriorou em um tiroteio caótico.
Durante o confronto, todos os reféns israelenses foram mortos, assim como cinco dos oito terroristas e um policial alemão.
O massacre chocou o mundo e representou uma mancha nos Jogos Olímpicos, que deveriam simbolizar a paz e a unidade entre as nações.
A cobertura da mídia foi intensa, com milhões de pessoas acompanhando o desenrolar dos acontecimentos ao vivo pela televisão.
O incidente revelou falhas graves nas medidas de segurança da Vila Olímpica e levou a uma revisão completa dos protocolos de segurança em eventos esportivos internacionais.
Em resposta ao ataque, o governo israelense, liderado pelo primeiro-ministro Golda Meir, lançou a operação 'Ira de Deus', uma missão secreta destinada a localizar e eliminar os responsáveis pelo massacre e os membros do Setembro Negro.
Essa campanha de retaliação durou vários anos e resultou na morte de muitos dos envolvidos no planejamento e execução do ataque.
Para Israel, a tragédia foi um trauma nacional, e o país intensificou suas operações de inteligência e contra-terrorismo.
Por outro lado, para os palestinos, o ataque foi justificado como uma resposta à ocupação israelense.
A Alemanha Ocidental foi criticada pela forma como lidou com a crise, sendo acusada de negligência e incompetência.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) também foi alvo de críticas por não ter cancelado os Jogos após o ataque. O órgão argumentou que cancelar os Jogos seria dar uma vitória aos terroristas.
Desde 2012, o dia 5 de setembro é considerado um dia de luto nacional em Israel em memória das vítimas do Massacre de Munique.
O evento é lembrado anualmente em cerimônias e homenagens, e o tema da segurança em eventos esportivos continua sendo uma preocupação global.
O massacre gerou tanta repercussão na mídia que em 2005 foi lançado o filme 'Munique', dirigido por Steven Spielberg.
A trama giram em torno dos cinco homens escolhidos para eliminar os responsáveis por aquele dia fatídico.
O filme foi bem nas críticas e recebeu cinco indicações ao Oscar: Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Edição, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção e Melhor Filme.