O primeiro passo é explicar de forma simples e direta o que é o dinheiro. Ressaltando que, para ganhá-lo, é preciso trabalhar para que o rendimento seja fruto de honestidade.
Também é importante mostrar a relação do estudo com o futuro trabalho, de modo que a criança entenda que, ao ter êxito na escola, amplia sua chance de ter dinheiro para gastar.
Quando levar a criança para uma compra no mercado, ensine quanto valem alguns produtos e mostre quantas notas ou moedas são necessárias para fazer o pagamento. Explique o limite. Se tem R$ 20 para gastar, o que pode ser comprado com esse valor?
Varie a forma de pagamento quando estiver com a criança, para que ela entenda que existem bancos e os cartões podem ser usados como dinheiro, dentro de certos limites. De forma simples, sem detalhes que são incompreensíveis para os pequenos, dá pra explicar que o cartão faz com que o dinheiro saia de uma conta.
É importante que a criança compreenda que o limite do dinheiro faz com que as escolhas sejam necessárias. Então, na hora de comprar um doce, dê um valor e peça que ela escolha: um chocolate ou um doce de leite.
Mesma coisa na compra de um brinquedo: um carrinho ou um avião; uma boneca ou uma cozinha de brinquedo; um trenzinho ou um helicóptero. Ela vai perceber que agora vai comprar algo enquanto outro brinquedo ficará para depois.
Os populares cofrinhos são úteis ainda hoje para que as crianças tenham a sensação de poupar para o futuro. Elas podem colocar ali uma parte da mesada e, no fim de um período, tirar o dinheiro e contar.
É importante, então, que o dinheiro do cofrinho possa ser usado para algo que deixe a criança feliz, como um brinquedo novo ou um passeio (cinema, teatrinho, parque de diversão).
As mesadas , por sinal, podem ser dadas em idades variadas. Alguns consideram que o ideal é começar a dar mesada aos 6 anos. Mas alguns pais preferem dar antes ou depois. Depende de cada família. O importante é que a criança comece desde cedo a valorizar o dinheiro.
Outra forma de educar a criança é deixar que ela participe de uma decisão. Por exemplo, antes da assinatura de um plano de TV, ela pode olhar as opções de canais infantis. Junto com os pais, a criança pode dizer sua preferência e perceber que o acesso depende de pagamento. Portanto, se não usar não vale a pena manter.
A educação financeira também deve incluir uma responsabilidade social. Ensine a criança a ser solidária. Uma parte do que ela recebe pode ser doado, de vez em quando. Mas é importante que ela mesma, a partir da educação, queira doar algo a alguém. E se sinta bem com isso.
Pessoas que trabalham em cargos executivos lidam com um desafio ao se tornarem pais. Muitos esperam que os filhos sigam a carreira. Diretor da Henvix Ambiental, Vinícius Oliveira planeja o futuro do filho Vicente. 'Vamos ensinar gestão financeira desde a época em que ele receber mesada. Isso é para vida', diz o pai.
Uma dose de humor ajuda a tornar mais leve o desafio de criar a criança com um olhar voltado para a educação financeira e a expectativa de um futuro no ramo empresarial. Aos 4 meses, Vicente já tem um crachá da empresa, como 'herdeiro'.
Existem livros que dão noções de educação financeira para crianças e ajudam os pais na tarefa. Um deles é 'Educando Filhos para Empreender', de João Kepler Braga.
O autor Gustavo Cerbasi, que escreveu vários livros sobre finanças para adultos, também percebeu que as crianças precisam de orientação nessa área e lançou 'Pais Inteligentes Enriquecem seus Filhos', com informações para um futuro promissor.
Eillen Gallo e Jon Gallo adotam a mesma linha, orientando os pais a uma educação financeira adequada das crianças no livro 'Como Criar Filhos Financeiramente Inteligentes'.
E até a Turma da Mônica, popular entre a garotada, entrou nesse empenho para que as crianças saibam usar o cofrinho. O livro 'Como Cuidar do Seu Dinheiro' foi feito por Mauricio de Souza, criador da turma, em parceria com Thiago Nigro.