Segundo a nota divulgada pela pasta, até o momento, não havia nenhum registro de óbito provocado pela doença em outros lugares do mundo.
As vítimas eram mulheres com menos de 30 anos e sem comorbidades, que apresentaram sintomas parecidos com os de uma dengue grave.
Uma delas morava na cidade de Valença (foto), e a outra em Camamu, ambas na Bahia.
Uma terceira morte em Santa Catarina está sendo investigada, podendo estar relacionada à febre oropouche, enquanto um quarto óbito no Maranhão foi descartado.
Estão sendo apurados seis casos de transmissão vertical, que é quando uma gestante transmite a infecção ao bebê. Duas crianças faleceram em Pernambuco. Também foi registrado um caso na Bahia e dois no Acre, estes sem mortes.
As secretarias estaduais de saúde e especialistas, com o acompanhamento do Ministério da Saúde, estão conduzindo análises para determinar se há ligação entre a febre oropouche e casos de malformação ou aborto.
O governo federal recomenda intensificar a vigilância durante a gestação e o monitoramento dos bebês de mulheres com suspeita clínica da doença.
Segundo dados do Min. da Saúde, em 2024 foram registrados 7.236 casos de febre oropouche em 20 estados brasileiros, com a maioria dos casos no Amazonas e Rondônia.
Esses números representam um aumento de 766,6% em relação ao acumulado de todo o ano de 2023, quando foram 835 casos em território nacional.
Causada pelo vírus oropoucheense, a febre oroupuche é transmitida principalmente pelo mosquito mosquito-pólvora, embora outros mosquitos também possam transmitir o vírus.
Em áreas mais silvestres, por exemplo, a transmissão pode ser feita pelos mosquitos Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus.
Em regiões urbanas o vírus é menos comum, mas ainda assim pode ser transmitido pelo mosquito Culex quinquefasciatus.
O vírus costuma se hospedar macacos e bichos-preguiça. Após um mosquito infectado picar uma pessoa ou animal, o vírus permanece no sangue do inseto por alguns dias.
No caso deste mosquito picar outra pessoa que esteja saudável, ele pode transmitir a infecção.
Os sintomas principais — que costumam durar entre dois e sete dias — incluem dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, náusea, calafrios e diarreia, semelhantes aos da dengue e da chikungunya.
O diagnóstico é obtido por meio de exames laboratoriais, e qualquer resultado positivo deve ser notificado às autoridades.
O vírus oropouche foi detectado no Brasil pela primeira vez durante a construção da rodovia Belém-Brasília, em 1960.
Na ocasião, ele foi identificado em uma amostra de um bicho-preguiça. De lá para cá, vinham sendo registrados apenas casos isolados na região amazônica.