Os agentes encontraram 32 mil litros de vinho falsificado. Os golpistas rotulavam a bebida como “vinho colonial gaúcho”, que seria produzido em Caxias do Sul (RS), mas a bebida era uma mistura de suco, álcool e corante. O dono foi preso.
Outra preocupação nesse segmento é com a troca de rótulos. Por isso, pesquisadores criaram recentemente um sistema de inteligência artificial para detectar garrafas de vinho com rótulos trocados, usando análises químicas para rastrear a origem das bebidas.
Segundo o professor Alexandre Pouget, da Universidade de Genebra, na Suíça, muitas pessoas que produzem bebidas em casa trocam os rótulos por marcas caras e vendem esses produtos caseiros por preços elevados.
Graças à tecnologia, os cientistas conseguem rastrear desde a região de origem dos vinhos até a vinícola onde foram feitos.
Elementos como a qualidade e tipo das uvas, solo, microclima e processo de vinificação são analisados pela IA para distinguir as bebidas.
Em junho de 2023, jornalistas de TV da Bélgica armaram um esquema para provar que especialistas em vinho, eventualmente, podem se guiar pela fama dos rótulos para avaliar a qualidade da bebida.
O grupo era do programa 'On n'est pas des pigeons' ('Nós não somos pombos', na tradução), da RTBF. E o flagrante contou com um especialista em vinhos.
A equipe pediu ajuda do prestigiado sommelier belga Eric Boschman para escolher um vinho barato no supermercado. O escolhido foi um vinho de 2,79 euros ( cerca de 15 reais).
A equipe mudou o rótulo para que a garrafa do vinho parecesse ser de uma bebida renomada: Château du Colombier. O rótulo incluía a lista de ingredientes que normalmente aparece nos vinhos mais prestigiados.
Os jornalistas pagaram 50 euros (cerca de 265 reais) para participar da degustação, como provadores amadores e, assim, influenciar o júri.
O vinho alcançou 88 pontos numa escala máxima de 100 pontos. E os jurados ainda fizeram um elogio: 'Paladar suave e rico, com aroma jovem e limpo que promete uma agradável complexidade'.
Portanto, um vinho de 15 reais recebeu ótima cotação na avaliação dos degustadores especializados no ramo. Como explicar?
A única hipótese para que os sommeliers não tenham sido influenciados pelo charme do rótulo é a seguinte: o vinho de 15 reais é mesmo ótimo. Corram ao supermercado!
O vinho é definido como a bebida produzida exclusivamente por fermentação parcial ou total de uvas frescas, inteiras ou esmagadas, ou de mostos.
A constituição química das uvas permite que elas fermentem sem qualquer adição de açúcares, ácidos, enzimas ou outros nutrientes.
A história do vinho remonta a 6.000 anos antes de Cristo, na região ocupada hoje por Geórgia, Irã e Turquia.
Na Europa, o vinho era comum na Grécia e na Roma antigas. Fez parte do dia a dia dos moradores e foi retratado em muitas obras de arte como elemento associado, inclusive, à Mitologia.
Os vinhos podem ser tintos, brancos, rosés e espumantes.
O vinho tinto é produzido com uvas escuras, com longo contato com a casca da fruta. A diferença de tonalidade depende de tipo de fruto, do tempo e do método de envelhecimento.
Essa fase de prensagem leva de 1 a 4 horas. Logo após, o mosto é colocado para iniciar a fermentação.
Para melhorar o aroma do vinho, há recursos, como maceração a frio, utilização de enzimas e congelamento pré-fermentativo.
Um bom vinho tinto pode melhorar muito suas características com o envelhecimento, desde que seja bem armazenado.
Teoricamente, os sommeliers percebem cada detalhe e conseguem avaliar bem as bebidas. Mas a reportagem mostrou que surpresas acontecem.