Após anunciar sua saída da disputa, Biden endossou o nome da vice na corrida eleitoral de 5 de novembro.
A oficialização da chapa presidencial será feita na Convenção Nacional Democrata, programada para acontecer entre os dias 19 e 22 de agosto. Quem for escolhido, enfrentará o republicano Donald Trump nas urnas.
Outros nomes importantes do Partido Democrata, como o ex-presidente Bill Clinton e sua esposa, Hillary Clinton, que perdeu a eleição para Trump em 2016, também expressaram apoio a Kamala Harris.
“Em nome do povo americano, agradeço a Joe Biden por sua liderança extraordinária como presidente dos Estados Unidos e por suas décadas de serviço ao nosso país. Estou honrada por ter o apoio do presidente e minha intenção é merecer e ganhar esta nomeação”, declarou Kamala em pronunciamento.
Segundo o Instituto de pesquisa Morning Consult, Kamala Harris é apoiada por 30% dos democratas, enquanto 20% defendem o nome do governador da Califórnia, Gavin Newson, para assumir a candidatura.
Primeira mulher a ocupar o posto de vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris nasceu em Oakland, na Califórnia, e tem 59 anos.
A possível candidata a presidente dos Estados Unidos é formada em Direito na Universidade Howard. Após ser promotora-chefe de San Francisco, ela foi eleita a primeira mulher negra procuradora-geral da Califórnia.
Como procuradora, Kamala Harris tornou-se personalidade de destaque do Partido Democrata na Califórnia, projeção que a fez ser eleita senadora pelo estado para o período entre 2017 e 2020.
Durante o mandato como senadora, Kamala Harris casou-se com o advogado Doug Emhoff, pai de dois filhos de um relacionamento anterior.
Mulher e negra, a vice-presidente dos Estados Unidos é filha de imigrantes - mãe indiana e pai jamaicano.
Quando tinha cinco anos, os pais se separaram e Kamala cresceu mais próxima à mãe, Shyamala Gopalan Harris, uma ativista dos direitos civis.
De acordo com a autobiografia escrita por Kamala Harris, “The Truths We Hold”, ela e a irmã Maya tiveram um grande contato com as culturas indiana e negra graças à influência da mãe.
Nas eleições de 2020, a presença de Kamala na chapa encabeçada por Biden foi considerada essencial para derrotar Donald Trump, que buscava a reeleição, por atrair os votos de minorias.
Um desafio para Kamala Harris é a baixa popularidade que teve durante o mandato de Biden, contrariando as expectativas que cercavam seu nome.
Dados reunidos pelo FiveThirtyEight indicam que Kamala tem aprovação de 37% dos americanos ante 51% de desaprovação. Por outro lado, uma pesquisa da CNN apontou que ela teria mais chances que Joe Biden de derrotar Donald Trump na eleição presidencial.
Apesar dessa fragilidade nas pesquisas, a vice-presidente teve papel importante em temas sensíveis, como o da defesa do direito ao aborto.
Kamala liderou a “Luta pelas Liberdades Reprodutivas”, uma campanha em prol do direito das mulheres sobre seus corpos.
Kamala Harris também teve posicionamento incisivo em relação às guerras da Ucrânia e entre Hamas e Israel.
Em fevereiro, a vice-presidente fez pronunciamento em nome do governo dos Estados Unidos na Conferência de Segurança de Berlim, na Alemanha, acusando o governo russo de crimes contra a humanidade na Ucrânia.
Coube a Kamala dirigir as palavras mais duras ao governo de Israel, chefiado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ao pedir um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.
Enquanto havia pressão para Biden renunciar à candidatura, especialmente após desempenho considerado catastrófico em debate, Kamala manteve-se fiel ao presidente em todos os momentos. “Joe é o nosso indicado. Vencemos Trump uma vez e vamos vencê-lo novamente”, declarou à época.