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A curiosa história do 'último cidadão soviético'


Por Flipar
NASA/Wikimedia Commons

O soviético Krikalev partiu a bordo da espaçonave Soyuz TM-12 para uma missão na estação Mir, localizada 400 km acima da superfície da Terra.

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O cosmonauta soviético viajou para o espaço acompanhado do compatriota Anatoly Artsebarsky e da britânica Helen Sharman. A missão do trio era rotineira: fazer reparos e adaptações na Mir.

Reprodução/ESA

O lançamento da espaçonave ocorreu no cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, em missão prevista para durar cinco meses, mas que para Krikalev se estenderia por quase um ano.

NASA/Bill Ingalls/Wikimedia Commons

Helen Sharman ficou apenas uma semana na Mir. A britânica retornou para a Terra com os dois cosmonautas que antes estavam na estação e que foram substituídos por Anatoly Artsebarsky e Sergei Krikalev.

Montagem Ivan Abaturov/NASA/Anne-Katrin Purkiss/WIkimedia Commons

Já Artsebarsky voltou em outubro. Mas, durante a empreitada espacial, ocorreu um evento histórico: a dissolução da União Soviética.

Reprodução do site Enciclopedia Global

O caos político provocado pelo fim do país, com a independência de 15 repúblicas, deixou Krikalev 'aprisionado' na estação.

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Pelo plano original, o cosmonauta para substituir Krikalev seria do Cazaquistão (mas este acabou declarando a independência). A 'nova pátria' Rússia, então, enviou o cosmonauta Alexander Volkov. E informou a Krikalev ele deveria permanecer em órbita por tempo indefinido.

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Nascido em 27/8/1958, Sergei Krikalev tinha sólida formação em engenharia mecânica e já havia participado de uma missão na Mir em 1988. Mas não contava que passaria tanto tempo em órbita sem intervalo.

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'Para nós foi algo inesperado, não entendíamos o que estava acontecendo', afirmou Krikalev no documentário 'O último cidadão soviético', produzido pela rede britânica BBC.

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Krikalev ficou em órbita durante 311 dias. O cosmonauta ficou exposto aos riscos da longa permanência no espaço. Entre eles, alterações no sistema imunológico e perda de massa muscular e óssea. Além dos impactos psicológicos e emocionais que a situação provoca.

Arquivo do College Park/Wikimedia Commons

Elena Terekhina, mulher de Krivalev, se comunicava com ele por rádio. 'Estava tentando não falar com ele sobre coisas desagradáveis ??e acho que ele estava tentando fazer o mesmo', declarou Elena no documentário da BBC.

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A permanência de Krikalev na estação em meio à dissolução de seu país natal fez o cosmonauta ficar conhecido como 'o último cidadão soviético'.

NASA/Wikimedia Commons

Afinal, com a renúncia do presidente Mikhail Gorbatchov em 25 de dezembro de 1991, Krivalev se tornou russo. Portanto, ele viajou ao espaço como cidadão soviético e voltou como russo.

RIA Novosti/Wikimedia Commons

O retorno do cosmonauta à Terra, acompanhado do colega Alexander Volkov, ocorreu em 25 de março de 1992 e atraiu os holofotes.

NASA/Bill Ingalls/Wikimedia Commons

De acordo com o documentário 'O último cidadão soviético', Krikalev precisou da ajuda de quatro homens para descer da nave e ficar de pé.

NASA/Wikimedia Commons

Depois do retorno, ele soube, então, que também tinha havido mudança na sua cidade natal. Krikalev nasceu em Leningrado. Mas ela passou a se chamar São Petersburgo.

Domínio Público

Por dez anos Sergei Krikalev teve o recorde de ser humano com mais tempo no espaço – 803 dias 9 horas e 39 minutos (somando as suas missões). Em 2015 foi superado pelo compatriota Gennady Padalka, que encerrou sua quinta missão espacial com a marca de 879 dias em órbita.

NASA/Wikimedia Commons

Estação que simbolizou por 15 anos o poderio soviético na exploração espacial, a Mir deixou de operar em 1992.

NASA/Wikimedia Commons

Em 2000, o Krikalev integrou a primeira tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS). Depois, tornou-se o diretor de missões tripuladas da Roscosmos, a agência espacial russa.

NASA/RoscosmosqWikimedia Commons

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