Bishop foi a primeira de uma série de mulheres julgadas e enforcadas sob acusação de bruxaria em Salem, no estado de Massachusetts, durante o período da colonização britânica na América do Norte.
No total, 30 pessoas foram consideradas culpadas pelo tribunal e 19 delas acabaram sendo executadas por enforcamento.
Outras quatro condenadas morreram por doenças contraídas quando se encontravam aprisionadas.
A história começou em fevereiro de 1692, quando Elizabeth, filha de Samuel Parris, reverendo de Salém, adoeceu.
Elizabeth, então com 11 anos, tinha espasmos na cama, gemia de dores e apresentava quadros de alucinação, dizendo estar sendo picada por insetos.
Abigail Williams, sobrinha do reverendo, e outra menina de nome Ann Putnam, também de 11 anos, apresentaram sintomas similares aos de Elizabeth em Salém (foto da vila).
As três meninas foram examinadas por um médico, que apontou como causa eventos sobrenaturais.
Líderes religiosos da comunidade fizeram pressão sobre as meninas, que apontaram três mulheres por práticas de bruxaria em depoimentos.
Tituba, escrava do reverendo Parris, a moradora de rua Sarah Good e Sarah Osborne, uma mulher idosa, foram submetidas a interrogatórios e presas.
Com o passar dos dias, surgiram inúmeras denúncias de bruxarias em Salém e o governador local, William Phipps, decidiu instituir um tribunal específico para investigar e julgar os casos.
O enforcamento de Bishop iniciou uma sequência de condenações à morte.
Entre os condenados à forca estava um homem que integrava a Igreja e foi apontado como líder da seita de bruxas.
O clima de irracionalidade e fanatismo fez até mesmo uma criança de quatro anos aparecer entre as acusadas de bruxaria. Os casos são expostos em documentos no Museu das Bruxas de Salém.
As sentenças se basearam unicamente no depoimento das testemunhas que diziam ter passado por episódios de alucinação provocados por bruxaria.
A caça às bruxas em Salém cessou em outubro do mesmo ano, diante de um pedido do presidente da Universidade de Harvard.
Quase 50 anos depois, em 1711, familiares das vítimas de Salém foram indenizadas em 600 libras.
Apenas na segunda metade do século XX, em 1957, o estado de Massachusetts reconheceu o erro dos julgamentos e pediu desculpas públicas.
O caso de Salém tornou-se o mais famoso entre vários de perseguições a pessoas por supostas práticas de bruxaria na época. A ponto de ter inspirado livros e filmes.
Uma das obras mais famosas baseadas no caso é o filme “As Bruxas de Salém”, de 1997, dirigido por Nicholas Hytner.
“As Bruxas de Salém”, com Daniel Day-Lewis, Winona Ryder e Joan Allen no elenco, recebeu premiações no Bafta, no Festival de de Berlim e no Oscar (Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Roteiro Adaptado).