A experiência está sendo feita na em particular cidade de Busan, no sul no país, para uma população de mais de 10 mil pessoas.
Cada cidade será construída sobre enormes plataformas de concreto suspensas sobre a água. O desafio é fazer com que a estrutura fique flutuando enquanto todos os serviços necessário para uma cidade são acessíveis.
O projeto na Coreia do Sul envolve o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos, conhecido como ONU-Habitat, o estúdio de arquitetura BIG (Bjarke Ingels Group) e a empresa de tecnologia Oceanix, que projeta e constrói infraestruturas flutuantes, visando à urbanização sustentável.
O aumento do nível do mar é um dos efeitos mais alarmantes do aquecimento global e pode causar impactos significativos em regiões costeiras. E as cidades flutuantes são uma das saídas que estão sendo imaginadas para a proteção dos habitantes.
De acordo com especialistas, se o nível do mar subir 1,8 metro nos próximos 100 anos, cidades litorâneas inteiras ao redor do mundo podem ser inundadas.
Um estudo recente alerta que mais de 1 bilhão de pessoas que vivem em áreas costeiras poderiam ser afetadas por inundações em 2100.
Mesmo que a temperatura suba no máximo 1,5°C, os níveis dos mares continuarão a crescer. Segundo um relatório da ONU sobre o clima, o aumento do nível do mar pode causar um 'êxodo de proporções bíblicas', com a migração em massa de milhões de pessoas que vivem em regiões costeiras.
Projeções feitas por pesquisadores foram exibidas no site “Climate Central” e são assustadoras. Em uma delas, por exemplo, é possível ver o Rio de Janeiro inundado caso a temperatura suba 4°C até o fim do século.
Em Bangladesh e Vietnã, metade da população poderia ser dizimada. China, Índia e Indonésia também passariam pelo mesmo problema.
Áreas naturais, como parques, e regiões urbanas inteiras poderiam ser transformadas em lagos e pântanos.
As consequências seriam devastadoras para as populações locais, incluindo perda de casas, empregos, migração em massa e aumento da pobreza.
Além disso, o aumento do nível do mar pode causar erosão do solo e danos a ecossistemas costeiros, afetando a biodiversidade local e comprometendo a segurança alimentar de muitos lugares.
Os especialistas ressaltam que é preciso adotar medidas urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e frear o aquecimento global, a fim de evitar consequências ainda mais catastróficas no futuro.
O derretimento das plataformas de gelo na Antártida e Groenlândia está hoje na taxa de 150 e 280 bilhões de toneladas, respectivamente, e precisa de soluções imediatas para ser revertido.
Um estudo do Centro IBS de Física Climática, na Coreia do Sul, aponta que as emissões de carbono devem ser zeradas até 2060. “Se falharmos em atingir a meta de emissões, as geleiras vão desintegrar e derreter em um ritmo acelerado”, alerta Axel Timmermann, diretor do Centro IBS.
Ele destaca ainda que se nenhuma ação for tomada, o nível dos mares pode subir 100 centímetros nos próximos 130 anos.
O Fórum Econômico Mundial aponta que Brasil, China, Estados Unidos, Índia, Egito, Países Baixos, Austrália, Nova Zelândia e diversas ilhas do Oceano Pacífico estão entre os países que mais seriam afetados pelo aumento.
Para minimizar o problema, comunidades costeiras teriam de adotar medidas como a construção de barreiras de proteção, plantio de mangues para proteger a costa e realocação de casas e comércios para áreas distantes dos locais mais afetados, por exemplo.
Outra medida possível seria o incentivo à mudança de práticas agrícolas e industriais que aumentem a poluição do ar e da água.
Na China, as cidade de Xangai e Tianjin correm sérios riscos de serem inundadas, como é possível ver nas projeções do 'Climate Central'..
Na Índia, a cidade de Mumbai é particularmente vulnerável, com a ameaça de tempestades e inundações severas.
Os Países Baixos têm investido em tecnologias de proteção contra inundações, já que convivem com esse problema há séculos. No entanto, o aumento do nível do mar pode representar um desafio ainda maior no futuro.