O estudo sugere que há cerca de 70 mil anos essa imensa massa de terra subaquática pode ter abrigado uma população de até meio milhão de habitantes.
Essa espécie de civilização perdida, uma “Atlântida australiana”, compunha continente maior do passado geológico da terra (paleocontinente) de nome Sahul.
No Sahul, a extensa terra hoje submersa se ligava aos territórios que hoje referem-se a Austrália, Tasmânia e Nova Guiné.
De acordo com os pesquisadores, essa massa terrestre também ligava as porções australianas de Kimberley e Arnhem Land, hoje separadas por uma baía oceânica.
Kasih Norman, pesquisadora chefe do estudo, diz que essa extensa paisagem repousa atualmente a mais de 100 metros abaixo do nível do mar.
A elevação do nível do mar, decorrente da última era glacial, encobriu cerca de 50% da plataforma, mudando drasticamente o perfil da região.
Por meio de modelos demográficos, os pesquisadores concluíram que essa plataforma submersa pode ter abrigado populações entre 50 mil e 500 mil pessoas em momentos variados.
“É importante ter em mente que não estamos falando de números populacionais reais. É apenas uma questão de projetar a capacidade de suporte desse território”, afirmou Kasih Norman ao site Live Science.
'Estamos basicamente dizendo que poderia ter havido esse número de pessoas”, concluiu.
Os estudos concluíram que a extensa terra submersa na costa australiana possuía características propícias para o desenvolvimento de vida humana.
Entre as condições adequadas estavam lagos de água doce e paisagens favoráveis para servir de abrigo.
'Tem havido uma suposição subjacente na Austrália de que nossas margens continentais eram provavelmente improdutivas e não eram realmente utilizadas pelas pessoas, apesar do fato de termos evidências, em muitas partes do mundo, de que as pessoas estiveram, definitivamente, nestas plataformas continentais no passado', destacou a cientista.
As revelações feitas a partir das pesquisas têm aumentado o interesse arqueológico na região, como o despertado nos especialistas da Universidade de Griffith.
Especialmente para entender como populações que viveram na área desenvolveram meios de sobreviver a eventos climáticos severamente adversos.