Mas a natureza é sábia e vários animais desenvolveram mecanismos de adaptação para conservar o equilíbrio do organismo e sobreviver às temperaturas mais baixas e à falta de comida.
É a hibernação: os animais ficam com uma hipotermia (baixa temperatura) controlada e o corpo mantém um estado de letargia, reduzindo o ritmo cardíaco, a respiração e o gasto de energia.
Essa adaptação é tão impressionante que o animal pode parecer morto. A pele fica fria, eles não fazem cocô nem xixi, a temperatura corporal se estabiliza para baixo e a respiração fica bem fraquinha.
Quando a primavera se aproxima e a temperatura começa a subir, o animal desperta, tudo volta ao normal e ele se prepara para o acasalamento.
Há animais que, embora durmam muito no inverno, não chegam a hibernar, pois mantêm a capacidade de acordar e ser ativo durante a estação - ainda que de forma lenta. Neste caso, não é hibernação, mas descanso prolongado.
As discussões sobre hibernação ou descanso são intensas, a ponto de certos animais entrarem na lista dos que hibernam e também na outra, dos que não hibernam, mas reduzem o metabolismo e dormem muito.
Veja alguns animais que dormem durante o inverno.
Esquilos: Esses animais têm uma longa hibernação, que ultrapassa a duração do inverno. Por sete meses, eles descem sua temperatura corporal abaixo do ponto de congelamento, mas, ainda assim, não sofrem danos cerebrais.
Morcegos: Os que hibernam são os que vivem em regiões temperadas e se alimentam de insetos. A hibernação é necessária para garantir a sobrevivência diante da falta de alimentos.
Ouriços - Esses animais mamíferos têm 16 espécies revestidas por pelos em forma de espinhos e, quando o frio chega, se recolhem.
Hamster - Esses animais são pets muito comuns nas residências e quando eles hibernam alguns donos pensam que estão mortos. Mas estão apenas se adaptando.
Para evitar a hibernação, mantenha o animal em ambiente aquecido e com alimentação e água regulares. Se ele entrar em processo de hibernação, o ideal é, aos poucos, reanimá-lo, pois ele não armazena gordura corporal e pode acordar debilitado.
Ratos silvestres - Não dormem a estação inteira, mas, geralmente, chegam a apagar durante seis semanas, usando a gordura acumulada no outono.
Lagartos - A hibernação dos lagartos da espécie teiú já foi usada pela Universidade de Brasília para um estudo sobre envelhecimento e isquemia (interrupção da respiração que pode causar danos cerebrais).
Rãs - As fêmeas começam a desenvolver os ovos no outono e hibernam no inverno, em locais ocos, em terra. Os machos hibernam no lodo de charcos.
Tartarugas, cágados e jabutis - Esses animais são quelônios. Como sua temperatura se adapta ao ambiente, há uma queda no inverno. E o metabolismo diminui, tornando o animal lerdo.
Em países tropicais, onde o inverno não é rigoroso, nem sempre é necessário hibernar. Mas, em países frios, eles acionam esse mecanismo de proteção e dormem por quatro meses.
Marmotas - Ficam hibernando mais do que uma estação. Ao todo, permanecem na toca, sem se alimentar, por sete ou oito meses do ano.
Texugos - No outono, eles formam o chamado panículo adiposo, um revestimento gorduroso que protege órgãos contra impactos e fornece isolamento térmico. Não chegam a hibernar, mas ficam por muito tempo inativos.
Gambás - Eles desaceleram no frio e vivem em tocas com folhas secas . Reservas de gordura garantem o aquecimento do corpo. Também não hibernam, mas acordam pouco.
Guaxinins - Não chegam a hibernar porque, quando a temperatura aumenta um pouquinho, saem do esconderijo. Mas depois voltam. Acumulam gordura e podem ficar em sono profundo por longos períodos.
Ursos - A temperatura corporal dos ursos cai de 38ºC para 34ºC no inverno. Eles não chegam a hibernar. Mas dormem bastante nessa época, com a queda do metabolismo.