São três galinhas d'Angola, que já se tornaram xodós dos estudantes na Escola Classe (EC) 64. O Jornal de Brasília ouviu a direção da escola, que contou sobre a luta para acabar com os escorpiões.
'Entramos em contato com a vigilância ambiental e eles falaram que não tinham veneno para escorpião e que poderiam apenas orientar como eliminar a comida dos escorpiões, como barata e outros insetos. Pagamos uma empresa para dedetizar toda a escola e mesmo após a dedetização apareceram dois escorpiões”, disse o diretor.
A ideia de colocar galinhas d'Angola do pátio tem dado certo. Duas semanas após a chegada das penosas, ninguém viu escorpiões pelo caminho. Originária da África, a galinha d'Angola foi introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses.
Com penas pretas e pintas brancas, característica inconfundível, as galinhas d'Angola vivem em bandos, e costumam ter uma líder na hora de buscar alimento. Organizadas, são fáceis de criar e costumam esconder os ninhos.
Escorpiões são insetos peçonhentos, ou seja, têm veneno. E por isso são bastante perigosos para pessoas e animais. Infestações têm ocorrido em alguns pontos do país, gerando alertas por parte de municípios e instituições de saúde.
Em março de 2024, o Instituto Vital Brazil (foto) e a Prefeitura do município de Armação dos Búzios (RJ) divulgaram um alerta sobre infestação de escorpião-amarelo na região.
Esta espécie, conhecida como Tityus serrulatus, é considerada a mais perigosa do Brasil, pois seu veneno pode causar sintomas graves e até levar à morte.
O alerta teve grande repercussão, já que Búzios é uma das cidades mais procuradas por turistas no estado do Rio. Com 35 mil habitantes, fica na Região dos Lagos, e tem belas praias que atraem milhares de visitantes.
Centenas de escorpiões foram capturados e levados ao Laboratório de Artrópodes do Instituto Vital Brazil para estudo e extração de veneno.
De janeiro a março de 2024, o estado do RJ fez um balanço de 86 picadas de escorpião, em 35 municípios, com destaque para Petrópolis, na Região Serrana, que registrou 13 casos.
O Instituto Vital Brazil enfatizou que o calor e a umidade favorecem a multiplicação dos escorpiões. Além disso, as chuvas fazem com que os animais busquem abrigo em áreas onde as pessoas vivem.
Profissionais do Vital Brazil costumam oferecer treinamento para que agentes de saúde aprendam a identificar as áreas onde os escorpiões aparecem e façam a coleta para enviar ao instituto.
O biólogo e coordenador do Laboratório de Artrópodes do Instituto Vital Brazil, Claudio Maurício Vieira, disse ao jornal O Globo: 'O Brasil é um dos países que apresentam o maior crescimento tanto da ocorrência de escorpiões quanto de acidentes por esses animais nas áreas urbanas'.
O especialista orienta que, para evitar que os escorpiões se reproduzam, é importante que os moradores tomem certos cuidados, como nunca tentar tocar no animal com as mãos desprotegidas.
'Se for possível aprisionar o animal em um pote de vidro ou de plástico, ela deve fazer isso e imediatamente comunicar aos órgãos públicos do município', conclui.
Comum nas regiões sudeste e centro-oeste, o veneno do escorpião-amarelo contém neurotoxinas que, na grande maioria dos casos, resultam em sintomas leves como dor, edema e vermelhidão.
Em casos mais graves, os sintomas variam para dor intensa, formigamento, salivação excessiva, vômitos, alterações na pressão sanguínea, entre outros. A picada pode levar à morte principalmente em crianças pequenas, idosos e pessoas com saúde debilitada.
O escorpião-amarelo mede, em média, até 7 cm de comprimento e costuma habitar em áreas de mata, entulhos, terrenos baldios, casas e quintais.
As fêmeas de Tityus serrulatus se reproduzem por partenogênese, ou seja, sem a necessidade de um macho. Isso significa que uma única fêmea pode gerar cerca de 40 filhotes ao longo de sua vida, aumentando rapidamente a população de escorpiões em uma região.
Algumas dicas para se prevenir é sacudir roupas e sapatos antes de vesti-los e evitar andar descalço, especialmente à noite.
Outras medidas preventivas são: evitar o acúmulo de lixo; manter as lixeiras fechadas adequadamente; evitar folhagens densas junto a paredes; solicitar a limpeza de terrenos baldios vazios e manter jardins e quintais sempre limpos.
Existe soro específico para o veneno do Tityus serrulatus. Por isso, é importante buscar atendimento médico o mais rápido possível em caso de acidentes.