A líder da coligação governista 'Vamos Continuar a Fazer História' recebeu aproximadamente 60% dos votos.

Claudia teve mais de 30 pontos percentuais à frente da candidata da oposição, Xóchitl Gálvez, de acordo com a Contagem Rápida, que monitora a evolução das eleições.

O modelo de contagem usado no México estima o resultado da eleição com base em uma amostra representativa dos votos de todo o país, usando dados de várias localidades.

Claudia Sheinbaum, de 61 anos, é conhecida como 'la Doctora' por conta de suas impressionantes credenciais acadêmicas.

Ela é graduada em física com doutorado em engenharia energética.

Claudia irá substituir seu aliado Andrés Manuel López Obrador, conhecido por seus programas de bem-estar social que tiraram muitos mexicanos da pobreza.

“Nossa obrigação é e sempre será cuidar de cada mexicano sem distinção”, declarou a nova presidente na manhã desta segunda-feira (03/06).

“Embora muitos mexicanos não concordem totalmente com nosso projeto, teremos que caminhar em paz e harmonia para continuar construindo um México justo e mais próspero”, emendou.

Vinda de uma família de judeus, Claudia Sheinbaum nasceu na Cidade do México em 1962. Seus avós maternos emigraram da Europa para escapar do Holocausto.

Ela estudou na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e lá começou a se envolver em temas políticos como quando participou do movimento contra a privatização da educação pública.

Depois de se formar, Claudia ainda fez fez pós-graduação em engenharia ambiental e cursou engenharia energética na Universidade da Califórnia, Berkeley -- foi também onde ela aprendeu inglês.

O lado 'politicamente ativo' da nova presidente do México vem de família. Seus pais eram esquerdistas e participaram de uma série de manifestações estudantis que ocorreram na Cidade do México em 1968.

Naquele ano, os protestos foram crescendo até que uma ação da polícia resultou na morte de cerca de 300 pessoas em uma praça, poucas semanas antes dos Jogos Olímpicos.

Seu ingresso na política de fato foi no ano 2000 quando Obrador, então chefe do governo da Cidade do México, a nomeou secretária de meio ambiente da cidade.

Ela permaneceu no cargo até 2006, quando decidiu focar na ramo da energia.

Claudia ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2007 ao fazer parte da equipe do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

Em 2015, Claudia foi eleita a primeira mulher a chefiar o distrito de Tlalpan, na Cidade do México, onde serviu até 2017.

Um ano depois, ela se tornou a primeira mulher eleita chefe do governo da cidade, cargo que ocupou até junho de 2023, quando saiu para se candidatar à presidência.

Claudia vive um relacionamento com Jesús María Tarriba. Eles se conheceram na universidade enquanto estudavam física.

Antes ela havia sido casada com Carlos Ímaz, quem conheceu em um protesto na faculdade em 1986. Juntos, eles tiveram dois filhos.

A nova presidente terá pela frente uma série de desafios considerados delicados, como o combate às drogas, a questão da imigração ilegal e a relação com os EUA.